Uma história de amor, atrasos e traumas

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

Uma história de amor, atrasos e traumas

Há 60 anos, em janeiro de 1958, o já extinto jornal Voz do Alto Taquari anunciava a intenção da Federação das Empresas de Transportes Rodoviários do Estado de criar uma nova rodovia federal na Região Sul: a Estrada da Produção. Desde então, a relação entre o Vale e a BR-386 sempre foi turbulenta. Amor pelo progresso conquistado. E trauma com as mortes.
Segunda-feira, seis décadas depois daquele anúncio, e após 90 meses em obras, o Vale do Taquari, enfim, comemora o término da duplicação de um trecho de 33,4 quilômetros da BR-386, entre os municípios de Tabaí e Estrela. A obra, inicialmente prevista para ser entregue em novembro de 2013, custou a paciência da nossa sociedade.
Nunca se falou tanto na Funai por aqui. Tudo em função da aldeia indígena caingangue, localizada, desde o início, justamente no traçado encontrado pelos engenheiros para a construção da nova pista. Nunca se falou tanto em jazidas de terras. Em insumos de asfalto.

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(SEM LEGENDA)


É o fim de mais um capítulo desta sexagenária história. Iniciou em 1958. Rumou para as obras uma década depois. Passou por intensas reformas na década de 1990 – como a ponte metálica construída pelo Exército diante do risco de desabamento da estrutura antiga sobre o Taquari –, e, agora, em 2018, finda a pista dupla até Porto Alegre.
Nestes tantos capítulos, é impossível não pensar nas vidas ceifadas durante o período de pista única. Empresários, professores, jovens estudantes, pais e mães de família, jornalistas, vereadores – como o então parlamentar lajeadense, Romeo Kempfer, morto em maio de 1976, ao lado do filho, e cuja foto ilustra este artigo –, atletas, motoristas. Foram tantos.
Que a memória desses tantos que se foram enquanto aguardávamos por obras de melhorias na nossa rodovia sejam sempre, e para sempre, uma lembrança da grotesca perversidade que é a ineficiência do Estado. Que os próximos anos de Vale do Taquari e BR-386 sejam de mais progresso e menos traumas. Todos nós precisamos disso.


Maionese do Carmelito

A governo de Estrela concedeu alvará de licença provisório para o funcionamento da nova indústria, Maionese Carmelito Ltda. A fábrica está localizada na Linha São Luiz e será responsável pela produção de condimentos, molhos, especiarias e temperos. Mas o que a maior parte dos fiéis clientes do antigo trailer do Beto querem é saber onde comprar a famosa maionese utilizada no histórico cachorro-quente.


O “prêmio” de Rafael Mallmann

Acho que já está passando da conta. As notícias sobre o prefeito de Estrela, Rafael Mallmann, referentes às denúncias sobre a compra do prêmio de melhor gestor ainda no governo passado, atestam o exagero. O gestor já se desculpou e já passou pelo constrangimento de devolver o dinheiro e ver o nome exposto dessa forma. Não houve prejuízo ao erário e, diante de tantos outros escândalos sem punição, o caso do estrelense está ficando enternecedor.


Tiro curto

– Na câmara de Lajeado, o vereador Waldir Blau (MDB) fez uma grave denúncia. Segundo ele, a Concepa deverá vencer o processo licitatório para assumir o pedágio da BR-386. A tendência ocorre porque, segundo o parlamentar, o filho do ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, seria advogado na empresa;
– Roubei a conclusão da minha mãe: “Lajeado fez uma opção de crescer “para cima”. E está ficando tão feia. Um roubando o sol de outros sem nenhum pudor. Que pena!”;
– O prefeito de Lajeado, Marcelo Caumo, não quis retirar o PL sobre o novo convênio com o HBB. A matéria acabou arquivada, a pedido do hospital, pelos vereadores;
– Ainda sobre a câmara de Lajeado, contribuinte aguarda providências – ou respostas – por parte da Ouvidoria acerca de reclamação contra um assessor parlamentar, que teria ofendido, em redes sociais, o denunciante;
– Boqueirão do Leão já registrou a primeira geada do ano. Em alguns pontos, o termômetro marcou 2ºC;
– Em Teutônia, os integrantes da Comissão Processante que investiga o presidente da câmara foram realizar oitiva com Alexandre Peters, ex-chefe de gabinete da prefeitura, no presídio de Lajeado;
– …e pensar que teve gente dando ‘chilique’ com a gasolina a R$ 2,80, em 2014.

Boa quinta-feira a todos!

“O exagero é sempre a exageração de algo que não o é.”
José Ortega y Gasset

 

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