Movimento se fortalece

Editorial

Movimento se fortalece

As manifestações contra a alta dos combustíveis ganham adesões e se aproximam da magnitude dos protestos dos caminhoneiros de fevereiro de 2015. Os atos nas estradas do país chegam ao terceiro dia e mais segmentos da sociedade fortalecem a reivindicação…

As manifestações contra a alta dos combustíveis ganham adesões e se aproximam da magnitude dos protestos dos caminhoneiros de fevereiro de 2015. Os atos nas estradas do país chegam ao terceiro dia e mais segmentos da sociedade fortalecem a reivindicação dos caminhoneiros.
Frente ao indicativo da mobilização repercutir sobre as atividades produtivas e com o temor de que isso interfira no resultado das eleições, o governo federal debate a redução da carga tributária para forçar uma redução temporária no preço do diesel e da gasolina.
Como a revisão na política de preços da Petrobras está fora de cogitação, tirar impostos é uma medida emergencial, paliativa e com prazo para terminar. Com o resultado do pleito de outubro, pode-se ter uma ideia mais próxima do real e de quando pode perdurar uma redução de impostos.
De fato, o movimento iniciado nessa segunda-feira traz um alerta e atinge o âmago da política econômica do governo do presidente Michel Temer. Na semana em que o líder máximo da República descartou ser candidato, acolhendo uma decisão do MDB de lançar o ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, como postulante ao Planalto, o discurso de controle da inflação, de retomada do crescimento e de equilíbrio financeiro perde efetividade.
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Cabe relembrar que os protestos de fevereiro de 2015 também tinham como alvo a ex-presidente Dilma Rousseff. De resultado prático, talvez a cobrança por um preço mais acessível do diesel e o aumento no valor do frete não tenham sido atingidos, mas foi um momento de grande desgaste à petista e interferiu na queda de popularidade e consequente destituição da petista.
Fora do campo político, os caminhões parados nas margens das rodovias significam uma interrupção no serviço primordial para a nação. A roda da economia depende do trabalho dos motoristas profissionais. Sem a entrega das produções, as indústrias começam a suspender as linhas de manufatura.
A reivindicação é justa e vai ao encontro de diversas demandas da sociedade. O brasileiro enfrenta péssimas condições das rodovias, convive com a insegurança, paga impostos e ainda pedágios. Junto com isso, precisa absorver altas constantes nos combustíveis. Por esse motivo, o movimento se fortalece e exige reação imediata da União.

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