Câmara arquiva projeto de convênio com o HBB

Lajeado

Câmara arquiva projeto de convênio com o HBB

Repasse mensal passaria de R$ 440 mil para R$ 521 mil

Câmara arquiva projeto de convênio com o HBB
Lajeado

Após a direção do Hospital Bruno Born (HBB) solicitar a retirada do projeto que aumentaria o repasse mensal para custeio dos serviços de Urgência e Emergência, a matéria foi arquivada. Com isso, o valor mensal permanece em R$ 440 mil até dia 31 de março de 2019.

O texto quase foi à votação. Não seria o projeto original, pois os vereadores apresentaram um “substitutivo”. Mesmo assim, Sérgio Kniphoff (PT) pediu o arquivamento. Apenas Ildo Salvi (REDE) e Marquinhos Schefer (MDB) foram contra a intenção do petista. Mozart Lopes se absteve. O restante concordou com a retirada.

A polêmica iniciou quando o próprio hospital solicitou o aumento no repasse, e o Conselho Municipal de Saúde avalizou a revisão dos valores durante reunião realizada em 8 de março. Além do aumento de R$ 72 mil no valor mensal do contrato, a renovação do convênio previa novos procedimentos médicos.

Entretanto, após o incêndio criminoso causado pelo pai de um paciente na Sala de Espera do Setor de Emergência do SUS, no dia 1º de abril, a relação entre câmara de vereadores e direção do hospital estremeceu.

De um lado, médicos queriam o fechamento definitivo do espaço incendiado, sob a justificativa de que o acúmulo de casos de baixa complexidade prejudicava os atendimentos de pacientes em situações mais graves. A ideia do HBB é seguir com o Setor de Emergência aberto, mas só receber mediante encaminhamento via unidades de saúde, UPA, Samu ou pessoas com risco de morte.

Por outro lado, alguns vereadores solicitavam à direção do hospital a reabertura e a manutenção daquela sala de espera, obrigando a instituição de saúde a seguir atendendo, naquela ala, casos de menor complexidade.

Após diversas reuniões, e diante da insistência dos diretores do HBB em não reabrir a sala de espera e restringir os atendimentos para casos de maior complexidade, os vereadores apresentaram uma emenda ao projeto original encaminhado pelo Executivo, obrigando a entidade a manter “o acesso irrestrito de Pronto Socorro, via SUS, com acolhimento e triagem técnica.” Os representantes do hospital, então, pediram a retirada do projeto.

Indefinição no HBB

Desde o dia 1º de abril, a Sala de Espera do Setor de Emergência segue fechada. O HBB não garante a reabertura. Já os atendimentos de urgência seguem sendo realizados. A entrada dos pacientes ocorre por uma porta lateral.

Salvi queria a votação, para forçar o HBB a manter o atendimento irrestrito. “Não podemos ficar sem um Pronto-Socorro na cidade”, diz. Já o presidente da câmara, Ederson Spohr (MDB), criticou a postura do prefeito. “O prefeito foi oficiado no dia 27 de abril para retirar o projeto e não o fez.” Por fim, Kniphoff defendeu o arquivamento. “O hospital não queria o projeto.”

Sem o acesso ao Setor de Emergência do SUS, o governo e o HBB seguem com a orientação para que os pacientes com quadros estáveis procurem a UPA ou as unidades básicas de saúde. O contrato entre administração e hospital prevê atendimento no Setor de Urgência e Emergência, 24h por dia nas especialidades de traumatologia, psiquiatria, anestesiologia, pediatria, ginecologia, obstetrícia, cirurgia geral, radiologia (não intervencionista) e clínica médica.

Rodrigo Martini: rodrigomartini@jornalahora.inf.br

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