A política de preços dos combustíveis, adotada desde julho passado, foi implementada para repassar com mais frequência as mudanças do câmbio do petróleo e, em tese, permitir maior proximidade entre o mercado interno com o internacional. A ideia adotada pelo governo federal era dar mais condições de competição.
Pelos discursos, se abria uma oportunidade. Mesmo com as oscilações quase que diárias, o consumidor poderia ser beneficiado. No entanto, quando houve baixas no preço internacional vieram em menor escala e pouco interferiram no preço final do produto.
Com 11 aumentos em 17 dias, o litro da gasolina na bomba se aproxima dos R$ 5. Já o diesel, acumula alta de 12% desde o dia 1º de maio. Como resultado, manifestações nas estradas do país.
O impacto destas constantes elevações nos preços dos combustíveis atinge toda a população. Tanto que as previsões de inflação e da taxa de juros passam por revisão. Como o país tem no modal rodoviário o principal meio logístico, a tendência é de encarecimento no custo de vida do brasileiro.
[bloco 1]
A reação do congresso nacional foi alardeada como imediata. Na capital federal, onde parece não haver crise e o tempo correr com outra dinâmica, o presidente da câmara dos deputados, Rodrigo Maia, e o presidente do Senado, Eunício Oliveira, confirmaram a criação de um grupo para buscar alternativas contra a alta nos preços.
Apresentaram como possibilidades a retirada temporária de impostos sobre os combustíveis e marcaram a primeira reunião para 30 de maio. Nove dias após os protestos. Com esse prazo, não se trata de uma medida urgente. Parece mais uma satisfação de que, quem sabe, algo pode ou não ser feito.
Em um ano eleitoral, a privatização da Petrobras tem tudo para ser um dos pontos mais debatidos pelos futuros candidatos. Neste período pré-eleitoral, futuros postulantes ensaiam como colocarão essa temática na campanha. O propósito é ver qual a opinião dos eleitores para adotar uma estratégia para angariar adesões.
Como revisar a política de preços da Petrobras está fora de cogitação e a tendência é de mais instabilidade no mercado internacional, a conta do combustível permanece sobre os ombros da população.
Editorial
Peso sobre os ombros
A política de preços dos combustíveis, adotada desde julho passado, foi implementada para repassar com mais frequência as mudanças do câmbio do petróleo e, em tese, permitir maior proximidade entre o mercado interno com o internacional. A ideia adotada pelo…