Desde a popularização do ar-condicionado, quem se acostumou com esse conforto já não consegue mais ficar sem. Utilizado em casa e por vezes o dia todo no trabalho, o aparelho merece atenção para que a boa qualidade do ar e a saúde de quem circula por esses ambientes seja garantida.
As doenças alérgicas têm em comum diversos fatores desencadeantes. Entre eles, ácaros, pó e fungos, como o mofo. Mesmo aparentemente branquinho dentro das casas, o ar-condicionado pode esconder uma verdadeira colônia de fatores alérgenos em seu interior.
De acordo com o empresário Henrique Plack, 36, da Invictos Ar Condicionados e Refrigeração, a higienização periódica dos filtros e do interior da máquina é fundamental para a garantia de saúde e bem-estar. “A limpeza proporciona melhor qualidade do ar, livre de bactérias, fungos e ácaros, prevenindo doenças respiratórias e garantindo o bom funcionamento do aparelho”, afirma.
O empresário também alerta para a limpeza não só do filtro, mas também da parte interna do aparelho. “É muito comum encontrar muita poeira, limo e insetos mortos, como baratas, lagartixas e formigas no interior do ar-condicionado. Além disso, também encontramos ferrugem e peças corroidas, justamente por falta de manutenção adequada”, alerta.
Alergia à solta
Muito sensível ao pó, pólen, ácaros e mofo, a professora Caroline Sulzbach precisa usar antialérgicos com frequência. “O split me desencadeia muita alergia. O meu nariz resseca e preciso usar remédio o dia todo”, relata.
Caroline também fala sobre os constantes espirros quando entra em contato com os fatores desencadeantes de suas alergias, fazendo com que o conforto do aparelho acabe virando problema. “Eu tenho longas crises de espirros, que só cessam com a ajuda de medicamento. O ar-condicionado sujo acaba virando um problema e a manutenção é essencial para amenizar esse quadro”, diz.
Trabalhadora no setor calçadista, Sinara Silva, de Arroio do Meio, também começou as crises alérgicas após algum tempo em ambientes climatizados. “Estou em constante contato com tecido e poeira. Percebi que as minhas crises de rinite agravaram com a chegada de um ar- condicionado que esguicha água”, relata.
É lei
De acordo com os parâmetros da Resolução n° 9, de 2003, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, e a Lei n° 13589, de 2018, é obrigatório que todos os edifícios de uso público e coletivo que tenham ar -condicionado recebam um plano de manutenção para garantir a qualidade do ar.
Hora de limpar
Plack ressalta a importância de fazer manutenções periódicas nos aparelhos. “O ideal é que se realize a manutenção preventiva periodicamente, mas, apesar disso, normalmente o usuário percebe que está na hora de fazer a manutenção quando o equipamento diminui o rendimento ou começa a exalar um cheiro ruim”, diz.

Antes
Além de evitar o desencadeamento de doenças respiratórias e de pele, ficar atento à conta de energia elétrica também indica que uma manutenção deve ser feita. “Se bem cuidado, o aparelho consome menos energia, dura mais, tem menos problemas mecânicos e seu desempenho se potencializa”, explica.
Conforme o empresário, o intervalo entre uma manutenção e outra depende do ambiente ao qual o aparelho está destinado. “Aparelhos de ar-condicionado de restaurantes, bares, clínicas e estabelecimentos com grande circulação de pessoas necessitam de limpeza geral a cada seis meses, mesmo que não haja uso contínuo. O filtro deve ser limpo uma vez por mês”, esclarece.

Depois
Quem limpa?
Aparelhos de ar-condicionado residenciais podem ser limpos em casa pelo próprio usuário. “Os filtros podem ser higienizados em casa. Já o interior do aparelho deve ser limpo por um profissional habilitado”, diz. A higienização dos filtros não susbtitui a manutenção preventiva feita por um profissional pelo menos uma vez ao ano.
No seu aparelho
Conheça alguns fatores alérgenos que podem estar dentro do aparelho de ar-condicionado, caso ele não passe por manutenção periódica.
Ácaro
Principal responsável pelos quadros de alergias respiratórias como a asma e a rinite alérgica, ele geralmente vive até três meses e se reproduz duas vezes nesse período. Pode causar alergia por dois fatores, as fezes ou com o contato direto da pele humana com o micro-organismo. Sua aparência assemelha-se com uma aranha branca e costuma se alimentar da pele morta que os humanos perdem ao longo do dia, bem como de resíduos da casa.
Poeira
A alergia à poeira é um tipo de alergia respiratória ligada aos ácaros. A poeira em si pode causar irritação e tosse momentânea, porém, boa parte das alergias ao pó são desencadeadas pelo ácaro, que costuma viver em meio a ambientes empoeirados. A asma, a rinite e a sinusite são algumas das alergias respiratórias mais comuns, junto com as alergias dermatológicas, que, combinadas, correspondem a 80% das reações alérgicas.