Olhar sobre o conjunto

Editorial

Olhar sobre o conjunto

O número de famílias gaúchas com o nome sujo expõe mais do que a dificuldade em controlar as despesas. Também mostra o resultado das políticas econômicas desastradas, da queda da atividade produtiva e do consequente avanço do desemprego. Após um…

O número de famílias gaúchas com o nome sujo expõe mais do que a dificuldade em controlar as despesas. Também mostra o resultado das políticas econômicas desastradas, da queda da atividade produtiva e do consequente avanço do desemprego.
Após um período de aumento no consumo, de facilidades no crédito para compras de bens duráveis e do otimismo com o que parecia ser o patamar do pleno emprego, a nação voltou a viver em um cenário de inflação e de instabilidade financeira. Pela análise do SPC Brasil, mais de 62 milhões de pessoas no país estão endividadas.
Esse quadro impacta na produtividade do trabalhador. Com dívidas, as pessoas ficam expostas a uma carga emocional e de estresse, que inclusive pode ocasionar doenças. Minimizar esse contexto e repassar a responsabilidade do desequilíbrio financeiro apenas para o indivíduo é esquecer a perda gradual do poder de compra. Deixar de lado a elevação constante nos combustíveis, na conta de luz, no preço do gás de cozinha.
O custo de vida e a renda média do trabalhador estão fora de sintonia. Dos 150 países em desenvolvimento, conforme dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), o Brasil é um dos poucos onde os gastos para necessidades básicas superam o custo nos EUA. Significa que o país é o mais caro em dólares do que todo o mundo emergente.
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Esse descompasso não abona a necessidade do brasileiro ser mais organizado com suas contas. Outro estudo do SPC Brasil, feito em parceria com a Confederação Nacional das CDLs, revelou que quase 60% das pessoas admitem não fazer o balanço das receitas e despesas.
Como consequência, precisam usar o cartão de crédito, entram no cheque especial ou pedem dinheiro emprestado para conseguir pagar as contas. Organizar as próprias finanças é o primeiro passo para deixar as dívidas para trás e conseguir planejar investimentos ou futuras compras.
Pelo fato de o comportamento individual e da política econômica fazerem parte de um mesmo organismo, é fundamental aliar incentivos para geração de emprego e de renda a um cenário mais estável nas atividades produtivas do país. Sem um olhar amplo, a dificuldade é maior. Ao mesmo tempo em que é preciso criar uma consciência sobre finanças pessoais, também é necessário garantir a volta da empregabilidade.

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