Túnel sem uma luz

Editorial

Túnel sem uma luz

A cada pesquisa sobre o desemprego, resultados preocupantes. O mais recente, divulgado ontem pelo IBGE, mostra que falta trabalho para 27,7 milhões de pessoas. Trata-se de um recorde indesejado. No primeiro trimestre, significa que 24,7% da população em idade laboral…

A cada pesquisa sobre o desemprego, resultados preocupantes. O mais recente, divulgado ontem pelo IBGE, mostra que falta trabalho para 27,7 milhões de pessoas. Trata-se de um recorde indesejado. No primeiro trimestre, significa que 24,7% da população em idade laboral estava fora do mercado.
No específico, o levantamento inclui desempregados, pessoas que gostariam de trabalhar mais os que desistiram de buscar emprego. Esse é o maior contingente de desocupados desde o início da série histórica, em 2012. Do total de 27,7 milhões, 13,7 mi são pessoas que buscaram empregos, mas não conseguiram.
O avanço do desemprego no país é resultado da retração econômica. Com a dificuldade da indústria em alcançar patamares anteriores ao período de recessão, há um efeito cascata que atinge outros setores. Estão sujeitos a perdas de trabalho nas áreas da administração pública, educação, saúde e serviços sociais.
Como resultado, há um aumento considerável no endividamento familiar. Com isso, o desempenho do comércio, da venda de bens industriais e serviços amargam mais retração. Frente à aceleração no desemprego e à queda no consumo, fica evidente que a instabilidade econômica está longe de um desfecho.
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Tanto que a estimativa do PIB tende a não se concretizar e os efeitos estão no cotidiano. Trata-se da confirmação do cenário desastroso na economia nacional. A recuperação é sempre mais lenta. Diante disso, mesmo com a volta do otimismo, o período de aperto para famílias e setor produtivo deve continuar.
Pode-se estimar que o pior da recessão tenha ficado para trás. Há sinais de retomada, como a redução da taxa de juros e a queda na inflação, mas ainda existem desafios a serem superados.
Não há uma receita pronta para fazer o país voltar a crescer. São necessárias atitudes em diversas frentes. Vai desde assegurar o equilíbrio nas contas públicas, de ações para atrair investidores internacionais, desburocratizar processos e tributos. Tais medidas podem tornar o ambiente propício para os negócios.
A locomotiva nacional segue um curso no escuro. A reforma trabalhista, tida como uma importante ferramenta para gerar mais emprego, ainda não mostrou resultados. Pelo contrário, houve aumento da informalidade. As medidas apontadas para ser a luz no fim do túnel, por enquanto, não passaram de miragens.

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