Centenas de veículos e sucatas que lotam os depósitos do Detran-RS da região foram arrematadas ontem, em leilão realizado no Parque do Imigrante, em Lajeado.
Com automóveis em lances iniciais que variavam de R$ 800 a R$ 6 mil, e motocicletas de R$ 300 a R$ 2 mil, o evento reuniu interessados de todo o RS.
É o caso do empresário José Adriano Martins, que percorreu 243 quilômetros entre Júlio de Castilhos e Lajeado para participar do pregão. Ele começou a trabalhar com sucatas neste ano e conseguiu arrematar um lote para reutilização de peças de automóveis.
Segundo Martins, os preços do evento de Lajeado ficaram inflacionados devido ao grande número de interessados. “Acredito que a qualidade dos lotes disponíveis chamou a atenção e acabou jogando os valores para cima.”
Morador de Sapiranga, o empresário Adriano dos Santos tem mais experiência no ramo porque já participou de pregões em Tramandaí, Novo Hamburgo, Porto Alegre, Caxias do Sul e Gramado. Ele arrematou dois carros com documentação e dois lotes de motocicletas para sucata.
“Os preços terminaram altos, porque alguns lotes eram muito bons e acabaram influenciando o valor dos demais”, aponta. Para Santos, além da qualidade dos itens, a organização e o dinamismo com que o evento foi conduzido também contribuem para a quantidade de participantes.
Regras para retirada
A entrega dos bens está prevista para 15 dias úteis após o pagamento. A retirada do veículo leiloado do depósito deve ser efetuada no prazo de 30 dias úteis. Se o bem não for retirado no prazo, será caracterizado abandono pelo arrematante, o que resulta na perda do valor desembolsado. A não retirada do lote também implicará a cobrança de diárias.
Entrevista
“Nos leilões do Detran, todos prosperam”
Responsável pelo pregão realizado em Lajeado, Rui Pinto trabalha com leilões desde 1997. Baseado em Pelotas, ele foi nomeado leiloeiro oficial em 2010, pela Junta Comercial do Rio Grande do Sul.
A Hora – Como você avalia o leilão de ontem?
Rui Pinto – É o primeiro leilão que realizo em Lajeado, mas ao todo foram mais de dez do Detran-RS em várias cidades do estado. O trabalho superou as expectativas. Tivemos grande participação, tanto de pessoas da região quanto de clientes nossos de outras cidades. Todos os lotes foram vendidos, com exceção de um carro que era invendável devido a uma multa muito alta no sistema. Os demais saíram por valores quase 100% acima do avaliado.
Qual foi o principal público do evento?
Pinto – Como em quase todos os leilões, metade dos participantes são pessoas físicas que querem comprar uma moto ou um carro para uso próprio. Também tivemos bastante proprietários de revendas de motocicletas e alguns poucos de revendas. No caso das sucatas, como só são permitidos arremates de empresas credenciadas, são pessoas que participam de vários leilões.
O leilão é um bom negócio para quem participa?
Pinto – Nos leilões do Detran, todos prosperam. Mesmo quem perdeu o bem teve oportunidade de retirar, mas não retiraram. É diferente dos pregões da Justiça, em que a tomada do bem é forçada. É bom para o leiloeiro, que faz a venda, para a equipe que trabalha no dia, para os guinchos que recebem os valores da armazenagem dos veículos e para o próprio Detran que recebe uma participação. Quem compra para revender as sucatas vai obter lucro, assim como quem compra o veículo documentado.
Quais as dicas para as pessoas que querem aproveitar as oportunidades em leilões na região?
Pinto – Em todos os cartórios e fóruns da Justiça Federal ou comum, existem murais onde são fixados os editais de leilões. Outra dica é acompanhar os jornais ou o Diário Oficial na internet. No site da Junta Comercial do Estado, temos a lista com todos os leiloeiros cadastrados e seus contatos. Então, a pessoa pode entrar em contato e pedir para ser cadastrada na mala direta de cada leiloeiro ou mesmo pedir para receber as atualizações por telefone e WhatsApp.
Thiago Maurique: thiagomaurique@jornalahora.inf.br
