HBB quer retirada de projeto e câmara exige reabertura

Lajeado - porta para o sus

HBB quer retirada de projeto e câmara exige reabertura

O vereador Waldir Blau (MDB) pediu mais uma semana para analisar o projeto que aumenta de R$ 440 mil para R$ 512 mil o repasse mensal ao Hospital Bruno Born (HBB), para custeio de atendimentos de urgência e emergência pelo SUS. A matéria tem duas emendas. Uma dessas obriga a direção do HBB a reabrir a sala de espera, incendiada no início de abril

HBB quer retirada de projeto e câmara exige reabertura
Lajeado

A queda de braço entre a câmara e o Hospital Bruno Born (HBB) segue sem vencedor. Na sessão de ontem, parlamentares protelaram mais uma vez o projeto referente ao novo convênio entre a entidade e o governo, que aumenta de R$ 440 mil para R$ 512 mil o repasse mensal para atendimentos no Setor de Emergência do SUS. Waldir Blau (MDB) pediu mais tempo de análise.

O texto foi debatido durante todo o dia de ontem. Na manhã, durante a reunião das comissões, a maioria dos presentes se posicionou contrária à restrição no acesso ao público na rua Carlos Von Koseritz, fechada desde o dia 1º de abril, após um incêndio criminoso.

Mariela Portz (PSDB) foi a única que discordou das emendas aditivas apresentadas pelos colegas para o projeto. Uma dessas modificações propostas pelos vereadores à lei original enviada pelo Executivo exige a reabertura da sala de espera do setor. A direção do HBB é contra a manutenção daquele espaço aberto ao público geral.

Os representantes do hospital insistem em fechar a porta da sala de acesso geral, para apenas atender pacientes em situações mais graves de urgência e emergência, cuja entrada no setor vem ocorrendo por meio de uma porta lateral, junto ao acesso das ambulâncias.

É isso que prevê o contrato atual. Conforme o documento, os atendimentos previstos serão acessados, “obrigatoriamente”, mediante encaminhamento pelos médicos das Unidades Básicas de Saúde, Samu ou UPA, “salvo as exceções classificáveis como emergências, com clara representação de risco de morte”.

Mariela concorda com a direção do HBB. Já a maioria dos colegas, entre eles, o presidente Eder Spohr (MDB), a secretária, Neca Dalmoro (PDT), Ildo Salvi (Rede) e até Mozart Lopes (PP) defendem que a porta deve estar aberta para a comunidade ter um local de espera, onde cada paciente será orientado, após uma triagem, se o caso pode ou não ser atendido no HBB.

Humanização do atendimento

Para Salvi, manter a porta de acesso geral ao público atendido pelo SUS é uma questão de humanizar o atendimento em Lajeado. “É aquela primeira acolhida”, comenta o presidente da Comissão de Saúde.

Spohr corrobora. “Quem pode pagar a consulta particular é atendida pela porta da frente. E eu gostaria que as pessoas que não têm condições também tenham tal acesso, e não por uma porta lateral.”

Em nota, a direção do HBB afirma que “não concorda com os termos do contrato e com as emendas acrescidas pelos vereadores e, por isto, solicitou a retirada do projeto da pauta de votação já no dia 27 de abril de 2018”. Entre os acréscimos, estava a abertura da sala de espera do Setor de Emergência.

A intenção da entidade é cumprir integralmente o contrato que vigora até de 31 de março de 2019, tanto nas especialidades e serviços contratados quanto o valor acordado em janeiro deste ano, de R$ 440 mil. Dessa forma, busca evitar emendas que exijam a reabertura da sala de espera do Setor de Emergência pelo SUS.

Após a reunião das comissões, participaram de outro debate acerca do mesmo PL o secretário de Saúde, Tovar Muskopf, o coordenador da 16ª CRS, Ramon Zuchetti, e os especialistas do Setor de Planejamento da 16ª CRS, Álvaro Junqueira e Glademir Schwingel.

Zuchetti apontou que o HBB será um modelo único no estado se optar por manter a porta de acesso ao Setor de Emergência fechada.

Já Muskopf afirmou que a diretoria do hospital irá construir uma sala de espera e que já existe um projeto, ainda sem prazo para sair do papel. “O hospital não tem mais estrutura para atender os casos de menor gravidade, por isso, a ideia de direcionar esse tipo de atendimento para a UPA.”

Direção da UPA reclama

Após a sessão de ontem, Gilberto Barichello, diretor-geral da Fundação Hospitalar Getúlio Vargas – a mantenedora da UPA –, falou aos vereadores. Segundo ele, houve um aumento no número de pacientes após o fechamento da sala de espera do Setor de Emergência do HBB. Em março, foram 5.796 pacientes. Em abril, 5.845.

“Mas o pior foi o aumento do número de pacientes de maior gravidade. Isso acarretou, também, tempo de espera maior por parte do restante dos pacientes”, comenta Barichello, que corrobora com a emenda proposta pelos vereadores. Por outro lado, o HBB registrou queda nos atendimentos no setor. Em março e abril, foram cerca de 200 a menos.

O que prevê o contrato com o HBB

Hoje o governo paga R$ 440 mil mensais para custear atendimento por meio do Setor de Emergência, gratuito aos moradores de Lajeado, por período integral de 24 horas nas especialidades de traumatologia, psiquiatria, anestesiologia, pediatria, ginecologia, obstetrícia, cirurgia geral, radiologia (não intervencionista) e clínica médica.

Rodrigo Martini: rodrigomartini@jornalahora.inf.br

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