Superação, talento e música no Arte na Praça

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Superação, talento e música no Arte na Praça

Projeto que tem 4 anos reuniu mais de 50 expositores e músicos no sábado

Superação, talento e música no Arte na Praça
Lajeado

Ao som de músicos locais, a comunidade lotou a Praça João Zart no sábado, véspera do Dia das Mães. Entre os mais de 50 expositores artesanais, em cada espaço montado, uma história diferente. O evento que iniciou às 10h reuniu filhos, pais e amigos para respirar a natureza que existe em meio aos prédios da cidade.

Depois de descobrir um neurinoma do acústico, tumor no ouvido interno do cérebro, e passar por cirurgia em 2016, Ronei Neumann, 40, passou 75 dias internado. O tratamento propiciou melhora, mas com algumas sequelas.

A mulher, Diane Neumann, 27, deixou o emprego para cuidar do marido. Três dias da semana são destinados à fisioterapia e, depois das tarefas corriqueiras de cuidados a Neumann, o casal desempenha a criação do artesanato exposto no Arte na Praça. A ideia surgiu também pela necessidade de complementar a renda do auxílio-doença, mas o principal motivo é proporcionar uma atividade que Ronei possa participar.

Entre os objetos expostos, luminárias de PVC, relógios, chaveiros e velas de parafina com preços que variam de R$ 4 a R$ 65. Mesmo com a concorrência do comércio, Diane acredita que o artesanato tenha algo especial: “O artesanato tem um valor diferente, não é o preço do produto, mas tem um valor por trás”. Como as histórias de cada ferista.

Hoje, Neumann recuperou a escrita e pretende publicar um livro sobre sua vida. Diane começou um curso a distância de Gestão Comercial, mas espera continuar vendendo artesanato e se aprimorando cada vez mais.

Uma das exposições mais atrativas da feira são as esculturas em metais. Parte delas é feita pelo metalúrgico Simon Phoren do Santos, 35, que vê o evento como uma oportunidade. “O importante aqui é o reconhecimento das pessoas. Elas nos conhecem pelo trabalho que a gente faz.”

Na cadeira ao lado da sua, o filho Braian Thierri Silvestre dos Santos, 3, e a mulher Tamara Suzana Slvestre, 30, acompanham Simon desde que ele começou a expor, na edição passada. A arte feita em casa leva, em média, uma hora para ser moldada em diferentes formatos como motos, músicos e animais.

Atrás da coleção de moedas estava um dos idealizadores do Arte na Praça, André Schossler, 36. O projeto que já tem quatro anos foi criado por um grupo de artistas locais que pensaram em ocupar a praça trazendo arte aos espaços públicos da cidade. “Se tu for olhar, tem muito prédio ao redor, e as pessoas gostam de vir respirar um pouco em meio à praça. O povo invade e vem atrás disso”, afirmou.

Ronei, 40, e a esposa, Diane, 27, produzem luminárias, chaveiros e relógios

Ronei, 40, e a esposa, Diane, 27, produzem luminárias, chaveiros e relógios

Segundo ele, quando o evento ocorre aos domingos, cerca de duas mil pessoas visitam o lugar. Hoje, quem organiza o Arte na Praça, além de André, é a escritora independente Laura Peixoto, o músico Jerônimo Schul e Monica Kircheim. O projeto tem o apoio de empresas e da própria comunidade.

O público é de toda a cidade. Do bairro Planalto, as vizinhas Maiara da Silva Fuhr, 20, Josiane Pohl Kempfer, 42, e Ágatha Pohl Kempfer de Morais, 9, prestigiam sempre que podem. Entre as exposições que mais gostam, está a tenda de livros.

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Além do artesanato, a praça foi tomada por melodias. Quando Ricardo Petter pegou o violão e subiu ao palco, a família dele estava assistindo. A mulher, Sabrina Fritsch, 36, e as filhas Joana, 4, e Maria Petter já haviam visitado o Arte na Praça, e dessa vez foram acompanhar o artista que faz parte da Companhia Aprendiz, que estreou parte do espetáculo Cantando a Gente se Entende. A feira também recebeu outros nomes da música local, como a banda Bandalê e Guilherme Nyland.

Segundo a engenheira florestal e diretora do Conselho Ambiental de Lajeado, Marjorie Kauffmann, 35, a música e o contato com a natureza são um convite para visitar a praça nessa programação.

Acompanhada pela sogra, Ana Beatris Gonçalves, 60, a mãe de David, 10 meses, e Mathias Kauffmann, 7, acompanha a feira desde o início e acredita que as áreas verdes da cidade são reservadas para isso. Para ela, o evento é um incentivo ao uso dos espaços públicos. “Cria-se uma cultura de usar esses espaços para o bem”, afirmou.

Para as crianças, Viola Viajante foi a protagonista na contação de histórias. Ao seu redor, famílias ao pé das árvores ou sentadas na grama ouviram as aventuras que os personagens saídos da mala de Viola viveram na tarde do sábado.

Isabella Feldens Queiroz, 19, e Lucas Philipsen Carvalho, 20, levaram a prima Olívia Feldens, 3, para ouvir as histórias que, para eles, é outro ponto positivo do Arte na Praça, que traz também um sentimento de refúgio, pelos elementos naturais que a compõem e que devem ser mais valorizados.

Bibiana Faleiro: bibiana@jornalahora.inf.br

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