“Já domei quase 200 cavalos na vida”

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“Já domei quase 200 cavalos na vida”

Pablo Rodrigo Karsten Soares tem 35 anos e é natural de São Gabriel. Ele escolheu o Vale do Taquari para aplicar e ensinar a lida aprendida na campanha. • Como iniciou sua paixão pelos cavalos? Bueno. Tchê, eu lido com…

“Já domei quase 200 cavalos na vida”

Pablo Rodrigo Karsten Soares tem 35 anos e é natural de São Gabriel. Ele escolheu o Vale do Taquari para aplicar e ensinar a lida aprendida na campanha.
• Como iniciou sua paixão pelos cavalos?
Bueno. Tchê, eu lido com cavalo, na prática, desde os 11 anos. Com essa idade, eu já consegui ter bastante contato com eles. Já tinha muita noção do que se passa com os animais mais fortes e seus instintos. Eu já era um adolescente quando aumentou o intuito de querer me aproximar do entendimento. Mas a paixão mesmo já vinha lá com meus 2 anos. A natureza me instigava. Era o instinto de peão.
• Você é de São Gabriel. Veio de lá este “instinto de peão”?
Eu fui criado na cidade, na verdade. Mas tinha muitos amigos fazendeiros. Sempre que a gente ia para fora, e enquanto a gurizada ia fazer “fula”, tomar um “trago” e lidar com as “porcarias” já desde novo (risos), eu ficava lá no galpão com os peões e saía para o campo. Já estava aflorado o instinto. Eu só precisava da oportunidade.
• E quando isso se tornou, também, o seu principal trabalho?
A partir dali eu comecei a ter aulas com domadores antigos e já comecei a “ginetear” cavalo. Com o tempo veio, a evolução. Aprendi novas técnicas. Hoje, aplico práticas de Jango Salgado, de Monty Roberts, famoso domador de cavalos dos Estados Unidos, Doma Índia, entre outras tantas técnicas.
• Qual a diferença entre lidar com pessoas e com cavalos?
A grande diferença está estampada, é nitidamente visível e ao mesmo tempo sensível. As pessoas sempre esperam algo de ti em troca, devido a alguma ajuda. Os animais são completamente diferentes. Têm um instinto que vai definir se poderemos fazer parte do meio social deles ou não. É uma comunicação no olhar, nos movimentos. E quando os animais se entregam a ti, na confiança, eles não querem nada em troca. Apenas que te tornes um membro da família. Só quem tem esse vínculo percebe. Se o animal não gosta de uma pessoa, eu não vou dar as costas para esta pessoa.
• Quantos cavalos domados? Muitos tombos?
Já domei quase 200 cavalos na vida. Faltam 11, nos meus cálculos. Assim, tchê. O “troço” antigamente era bruto. Laçava o “bagual” campo a fora, “esguelava”, passava maneador, derrubava, botava os arreios, saltava para cima e saía “cantando”com as esporas na paleta. E o matungo às vezes caía junto. Hoje é mais tranquilo.

Rodrigo Martini: rodrigomartini@jornalahora.inf.br

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