Água contaminada. Vida ameaçada

Editorial

Água contaminada. Vida ameaçada

Mau cheiro, fezes na superfície da água e peixes mortos. Um cenário desolador e corriqueiro no arroio-símbolo de Lajeado. Nas margens do Engenho, a história da cidade começou a ser construída. Era do Arroio Engenho que partia a energia para…

Mau cheiro, fezes na superfície da água e peixes mortos. Um cenário desolador e corriqueiro no arroio-símbolo de Lajeado. Nas margens do Engenho, a história da cidade começou a ser construída.
Era do Arroio Engenho que partia a energia para o funcionamento dos primeiros moinhos. O mais famoso encontrava-se no parque ao lado da Secretaria de Meio Ambiente e pertencia a Antônio Fialho de Vargas. Passados mais de cem anos da formação do povoado, da beleza natural, à era do “progresso”, o manancial agoniza.
Nesse fim de semana, uma nova mortandade de peixes foi confirmada. A vida no recurso natural teima em continuar frente a condições tão adversas. Por quanto tempo? Pergunta de difícil resposta.
A incógnita sobre o futuro do Arroio do Engenho serve de alerta. Um dos afluentes do Rio Taquari despeja água contaminada no curso de água. A presença nociva do homem faz com que a permanência da vida no planeta seja colocada em xeque.
Enquanto voluntários se unem todos os anos para celebrar e viver o rio, a inexistência de saneamento básico liquida aos poucos com as espécies aquáticas. Pela análise da qualidade da água, os mananciais hídricos do Vale só podem ser usados para navegação e paisagismo. Nem para regar as plantas. O que dizer de comer o peixe?
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Em meio ao debate sobre o futuro de Lajeado, a partir da elaboração do novo Plano Diretor, é preciso um amplo movimento para garantir a despoluição dos recursos hídricos. Do contrário, em pouco tempo, a água corrente nos arroios e rios estará morta.
O enredo se assemelha a filmes de ficção, mas é real. Pelo mundo, estudiosos alertam para um futuro obscuro, caso o comportamento humano não seja revisto. Estimativas apontam que 2/3 da população do globo não terá água potável até 2025.
Frente aos desafios de garantir a vida, é fundamental mudar, investir em saneamento básico e garantir o tratamento dos efluentes domésticos antes de chegarem aos cursos de água. Em termos de ação social, deve-se promover mais conscientização à preservação das fontes naturais e também a adoção de políticas públicas viáveis para garantir a democratização do saneamento básico.

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