Preservar o interesse coletivo

Editorial

Preservar o interesse coletivo

Lajeado está diante de uma das mais importantes decisões a respeito do futuro ordenado da cidade. Definir um novo Plano Diretor é muito mais do que estabelecer diretrizes e regras para o crescimento. Permeia, sobremaneira, a qualidade de vida e…

Lajeado está diante de uma das mais importantes decisões a respeito do futuro ordenado da cidade. Definir um novo Plano Diretor é muito mais do que estabelecer diretrizes e regras para o crescimento. Permeia, sobremaneira, a qualidade de vida e a sustentabilidade das próximas gerações.
Ainda que o assunto tenha relevância e impacto sobre cada cidadão, percebe-se uma equivocada negligência social a respeito do tema. A falta de amadurecimento e de participação da sociedade ficou explícita no debate promovido pelo jornal A Hora, nessa quarta-feira, na Acil. Interessados nas nuances e no impacto econômico da proposta do novo Plano, empresários, especialmente da construção civil, acompanharam a discussão. Apresentaram contrapontos, divergências e cobram mais espaços às ideias que lhes convêm.
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Lajeado tem cerca de 80 mil habitantes. No debate, havia pouco mais de 50. As mais de 20 audiências públicas realizadas desde o ano passado também não atraíram a maioria do povo, salvo quando o assunto dizia respeito específico a alguma rua, bairro.
O governo quer enviar o projeto para a câmara ainda este mês. Os questionamentos e divergências existentes se erguem como empecilho, mesmo que o Executivo tenha autonomia para decidir sobre os prazos. Esperar para um “grande acordo”, no qual todos os interesses sejam atendidos, além de ideológico, seria contraditório. Mesmo assim, esgotar o debate e levar a proposta a um maior número de pessoas – e nem todas estão representadas pelo Fórum das Entidades – poderá embasar melhor a decisão.
O novo plano montado pelo Executivo, diga-se de passagem, atende preceitos modernos e cruciais para uma cidade que quer evoluir e não apenas crescer. Expor a proposta em um evento ou audiência aberta, com ampla divulgação, poderá ser um bom caminho.
Acima de qualquer coisa, ao passo em que Lajeado está na iminência de decidir os rumos da cidade, interesses individuais e classistas precisam dar espaço para o interesse coletivo. Desde que, como muito bem alerta o promotor de Justiça Sérgio Diefenbach, saibamos interpretar e entender qual é o interesse coletivo.

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