Plano diretor
Sinduscon e Seavat querem mais tempo para discutir a proposta
Lajeado tenta atualizar seu Plano Diretor com os olhos em 2040. O Executivo contratou Enio Perin, urbanista experiente e conhecedor do assunto. Esse fez a sua parte e entregou o diagnóstico norteador ao governo para exauri-lo com a comunidade.
A série de audiências públicas da prefeitura foi legítima, porém, insuficiente. Passado quase um ano, as dúvidas e divergências se ampliam à medida que o projeto ganha forma no papel. O Executivo tem pressa, mas a cautela deve se impor.
Esta semana, o debate do A Hora, na Acil, desnudou a vulnerabilidade da proposta inicial e as posições conflitantes entre representantes do governo, Univates, Sinduscon e Seavat, inclusive, da câmara de vereadores.
O promotor Sérgio Diefenbach deu o tom: o Fórum das Entidades não é a única representação a ser ouvida. A comunidade está no Legislativo, com quem o assunto precisa ser amplamente debatido.
Não existe acordo até aqui. E, dificilmente, haverá. Os pontos conflitantes exigem maturidade para aprofundar a análise das repercussões, seja para não estagnar o desenvolvimento como não inviabilizar a qualidade de vida na cidade. Uma dose de humildade ao Executivo e bom senso ao Sinduscon dará o equilíbrio para se chegar mais próximo de um acordo em relação aos índices e recuos nas edificações. E é só uma pequena parte do plano.
Impossível agradar a todos. A reformulação do plano exige decisões que não privilegiam o interesse individual. Devem servir ao coletivo, ou seja, ao que é melhor para os 80 mil habitantes da cidade.
Até aqui, a câmara foi bastante ausente nas discussões. Poucos vereadores compareceram às audiências públicas. O primeiro embate é com as construtoras e loteadoras. Não entrarei no mérito da razão das partes, mas falta ampliar a discussão. Seavat e Sinduscon pedem mais tempo.
A próxima etapa será a câmara, com quem devem ser esgotadas todas as instâncias, considerando que Lajeado tem dezenas de bairros, quase todos diferentes um do outro. O interesse de cada bairro deve ser cotejado, mas não pode se sobrepor ao interesse maior.
O perigo está na politicagem. Se os vereadores não tiverem maturidade para pensar Lajeado adiante, colocarão em risco o desenvolvimento e a qualidade de vida dos lajeadenses.
A câmara é a legítima representação da comunidade. Ainda que a maioria de seus integrantes não seja técnica, ela ouve o clamor popular. E isso deve ser cotejado na hora da decisão, sem individualismos equivocados ou interesses partidários.
O loby de empresários ou do próprio Executivo, como mostrou o passado, deve realmente ficar no retrovisor.
A câmara de Lajeado já travou vários embates ao longo de sua história. Alguns positivos e outros negativos. A atual legislatura tem se mostrado atenta. E, nesse caso em específico, o Plano Diretor será um teste de fogo para saber se evoluiu ou segue presa às artimanhas ultrapassadas.
Os vereadores terão uma oportunidade ímpar para recompor e fortalecer sua credibilidade. A política precisa disso. E o atual relacionamento entre os vereadores lajeadenses, ao que tudo indica, é bom. O Executivo deve se abrir ao Legislativo, ouvi-lo, cotejar suas opiniões. Ao fazer isso, poderá expôr o aspecto técnico e as implicações que as decisões provocarão.
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A nós cidadãos, cabe interesse e atenção. Falta-nos informação. O debate de quarta-feira mostrou isso. Imagino, portanto, o quão pequena é a parcela da sociedade devidamente esclarecida em relação à proposta.
Este é o desafio. Levar ao maior número de pessoas possível dados verídicos sobre os impactos que o Plano Diretor causará.
Portanto, além de ampliar a discussão com a câmara, o Executivo deve divulgar melhor o assunto. Falta transparência em dizer para a comunidade o que se pretende. Existem meios diversos para isso – jornais, rádios, redes sociais, sites etc – para de fato despertar o interesse da participação da comunidade. Afinal, um dos princípios da gestão pública é a publicidade de seus atos. Lajeado está falhando nisso, especialmente, em relação ao Plano Diretor.
Como bem falou o promotor: “Não podemos querer resolver esse assunto com algumas pessoas dentro de gabinete”.
Chegou a hora da verdade. Os interesses individuais precisam ceder espaço para os coletivos. E isso não significa que a atual proposta gestionada pelo Executivo está correta ou errada.
De uma coisa não dá para abrir mão. Os lajeadenses que querem morar e viver nesta cidade precisam se interessar agora. Lavar as mãos e reclamar depois é tão danoso quanto decidir errado.
Portanto, como cidadão, a partir de agora, meus olhos se voltam à câmara. E do Executivo espero transparência e ampla explicação.
A maior de todas
A Expovale 2018 se mostra pujante e inovadora no seu tempo. A feira das feiras foi lançada nesta semana. Aposta nas múltiplas conexões e vivências, com destaque para a cooperação. A incorporação das cooperativas e da Ocergs reforça o espírito regional que a Expovale precisa recuperar.
A inovação tecnológica e a diversidade serão pontos salientes para quem visitar o Parque do Imigrante, entre os dias 9 e 18 de novembro.
Não dá para perder
A 18ª edição da Convenção CDL Lajeado ocorre em menos de dois meses. Como de praxe, é uma oportunidade singular para refletir sobre as mudanças de conceitos diante das transformações em curso. Além do jornalista da GloboNews, Gerson Camarotti, o rodado palestrante, Maurício Schneider, falará sobre os desafios na era atual. A psicóloga lajeadense, Fernanda Tochetto, ensinará como despertar o poder nas equipes. E, ao poeta e escritor, Bráulio Bessa, caberá encerrar o evento com uma dinâmica que mistura humor, sabedoria popular e motivação. Evento consolidado e que deve atrair 800 pessoas.