O estado lamenta a perda de Fábio Koff. Presidente que mudou a história do Grêmio, esteve envolvido nas maiores glórias tricolores. Deixa um legado de boas memórias e um exemplo de paixão e comprometimento à frente do clube.
A morte ocorreu às 7h20min de ontem, no Hospital Moinhos de Vento. O velório iniciou às 15h30min e se estendeu até as 22h. Hoje haverá uma cerimônia na Arena, às 11h30min, e depois o corpo será encaminhado para cremação.
Ex-presidente do Lajeadense, Ney Derli Fensterseifer conviveu com Fábio Koff na década de 1990. “Eu frequentava muito a Federação Gaúcha de Futebol, e lá convivíamos bastante. Foi ele quem me ensinou a fazer futebol.”
Segundo Fensterseifer, Koff era um sujeito muito simples e correto em tudo o que envolvia o futebol. “Nós trocávamos muitas ideias. Ele me dava dicas de como fazer a minha gestão de clube. Era um sujeito sensacional.”
Lamenta a perda do ex-presidente, que, para ele, é um ícone do futebol gaúcho. “No meu modo de ver, é a maior perda que o futebol do RS já teve. Ele foi o maior dirigente de futebol que conheci.”
José Eduardo Abella é diretor regional do Grêmio no Vale do Taquari e conviveu com o Fábio Koff nos bastidores do clube. Ele considera Koff o maior presidente de história gremista.
“Convivemos bastante, ele era uma pessoa boa, muito tranquilo. Via coisas positivas onde ninguém mais acreditava.”
Lembra que Koff colocava o Grêmio acima de tudo. Vivia o clube. “Ele nos dizia que no Grêmio as pessoas passam, mas o clube permanece.”
Abella relembra casos que para ele são “coisas de Koff”, como em seu último mandato à frente do clube, quando queria ter a administração da Arena. “Ele comparava com a compra de um carro parcelado. Dizia que o carro só seria dele quando pagasse a última parcela.”
Outra memória que guarda com carinho ocorreu em 1995, quando o Grêmio foi vice-campeão mundial. “A diretoria e comissão técnica queriam desfilar em um caminhão de bombeiros, mas Koff negou. Disse que não comemorava derrotas.”
Acima da rivalidade
O Inter divulgou uma nota oficial sobre a morte do ex-presidente. O clube determinou que a bandeira ficará a meio mastro em referência ao dirigente do clube rival.
“O Sport Club Internacional lamenta, com profundo pesar, o falecimento do ex-presidente do Grêmio Fábio André Koff, ocorrido na manhã desta quinta-feira. Multi-campeão pelo Tricolor nos anos 80 e 90 e presidente do clube dos 13 até 2011, Koff completaria 87 anos no próximo domingo. Em solidariedade à família, a amigos e à toda torcida gremista, a bandeira do Internacional ficará a meio mastro.”
Biografia
* Nascido em 13 de maio de 1931, em Bento Gonçalves, Koff, com sua voz rouca e firme, era reconhecido pelos gremistas como um homem que tinha o clube cravado na cabeça e no coração.
* Foi advogado, depois magistrado, professor, secretário especial do governo Pedro Simon e também presidente da Corsan.
* Chegou ao Grêmio em 1975, aos 44 anos. Um ano depois, Koff elegeu-se vice de futebol na chapa do presidente Hélio Dourado. No fim de 1982, concorreu a presidente do Grêmio, mas foi derrotado por Dourado.
* Em 1981, foi eleito presidente do clube. Dois anos depois, conquistou a Libertadores e o Mundial.
* Entre 1990 e 1992, atuou como presidente do Conselho Deliberativo. Ao lado do técnico Luiz Felipe Scolari, a quem contratou na metade de 1993, o dirigente formou o time que venceria competições como Copa do Brasil (1994), Libertadores (1995) e Brasileirão (1996).
* Em 2013, venceu Paulo Odone e Homero Bellini Júnior na eleição. Disputou a Libertadores nos dois anos de gestão e ficou pelo caminho nas oitavas de final. Mesmo fazendo contratações de peso, Koff ficou longe também do título brasileiro.
Caetano Pretto: caetano@jornalahora.inf.br