Produtividade menor. Preço compensador

Negócios

Produtividade menor. Preço compensador

Fatores meteorológicos reduzem produção de soja. Média na região chega a 59 sacas por hectare. Cotação está em R$ 80

Produtividade menor. Preço compensador

No ciclo em que houve escassez de chuva em períodos considerados estratégicos para atingir bons resultados, como na época de germinação e formação de grãos, a produtividade ficou abaixo da média histórica.

Em Arroio do Meio, na propriedade de Edelfo e Robson Lagemann, a estiagem aliada à problemas na qualidade da semente fez a produção cair em média 20 sacas por hectare, comparado com a safra anterior. “A falta de chuva na época da floração e desenvolvimento das vagens afetou a produtividade. A semente era de péssima qualidade. O nosso prejuízo chega a R$ 20 mil”, lamenta Edelfo.

A média colhida nos 14 hectares cultivados chegou a 42 sacas. A frustração é amenizada pela alta no preço. “Vendemos parte do grão a R$ 80 a saca, um aumento de R$ 18 em relação ao ciclo passado. Está muito bom”, afirma Robson.

Parte dos insumos para semear o grão na próxima safra já foram comprados. “Apesar da ureia e adubo estarem R$ 10 mais caros, é vantajoso comprar agora”, opina Edelfo.

agronoticias_07

Investimento em tecnologia

Ernani Gisch, de Lajeado, registra produtividade menor em função da falta de umidade após a semeadura. “As sementes ficaram 15 dias embaixo da terra sem germinar”, conta.

Com 74 hectares cultivados, a média por hectare alcança 3,6 mil quilos. Enquanto colhe as últimas áreas, está de olho no preço, cujo aumento chega a R$ 10 por saca. “Compensa a queda na produtividade. Vou vender agora e evitar surpresas como em um ano quando a cotação baixou R$ 10 em um fim de semana”, lembra.

Para elevar a produção aposta em técnicas para melhorar o manejo do solo, sementes com alta genética e novas tecnologias. “Quero comprar um trator mais potente. Além de agilizar o trabalho, garante maior eficiência em todas as etapas”, aponta.

“Faltou chuva na época certa”

Os irmãos Martin e Manfred Hilgemann, de Teutônia, amargam uma queda de cinco sacas por hectare. Na safra anterior, colheram em média 65 sacas por hectare. O resultado menor é atribuído à falta de umidade na época de floração e desenvolvimento dos grãos. “O sol quente queimou parte das plantas” comenta Martin.

Para atingir resultados satisfatórios, Manfred enfatiza a importância de manter a rotação de culturas, com produções simultâneas no inverno e no verão. “Evita o desgaste da terra”, ensina. Além disso, é preciso ter uma boa assistência técnica, escolher a cultivar certa, observar o número de plantas por hectare, fazer o manejo correto das invasoras e pragas e investir em tecnologia para reduzir as perdas em todas as etapas, emenda Martin.

Solo equilibrado

Conforme Rodrigo Leandro Fischer, representante comercial da Pioneer Sementes, o alto rendimento na cultura da soja depende do equilíbrio químico do solo.

Outro segredo está na escolha da semente correta adaptada ao zoneamento ambiental da região. “O manejo da cultura, os tratos culturais, análise do solo e controle de pragas é fundamental para obter bons resultados”, explica.

Fischer destaca que é preciso buscar o equilíbrio da nutrição, condições de umidade favorável e o planejamento da semeadura com itens como: época correta de plantio, espaçamento entre linhas, escolha correta da cultivar e densidade de plantas, somado à introdução da quantidade correta de nutrientes e equilíbrio químico.

Fischer destaca a importância de escolher cultivares adaptadas ao clima da região

Fischer destaca a importância de escolher cultivares adaptadas ao clima da região

Clima define os resultados

Na área de abrangência da Emater Regional de Lajeado (55 municípios dos Vales do Taquari e Caí), a média colhida por hectare chega a 59 sacas. Segundo o Assistente Técnico Regional na Área de Culturas, Alano Tonin, embora a safra tenha tido influência do La Niña, quando são registradas chuvas abaixo da média na Região Sul, não foram verificados grandes períodos de déficit hídrico. “Ocorreram quando a maior parte da lavouras estava em crescimento vegetativo e, portanto, não comprometeu o rendimento”, avalia.

Para atingir bons resultados, Tonin entende ser fundamental fazer um bom manejo de solo, escolher uma semente de qualidade e com procedência, regular bem as máquinas tanto na semeadura, aplicação de fitossanitários e colheita, respeitar a velocidade indicada para cada etapa  e plantar dentro do zoneamento agroclimático. “Mesmo adotando as melhores práticas e tecnologias, o clima determina os resultados”, finaliza.

Acompanhe
nossas
redes sociais