Com a versatilidade de mais de mil músicas no repertório, Walter Silva, 28, é uma das vozes mais requisitadas para shows em bares e eventos na região.
• Do sertanejo ao rock, de botecos em esquinas a formaturas e casamentos. Como é trabalhar como músico para você?
A música é minha profissão faz 12 anos. Além de shows, atuo também como professor em escolas infantis e instrutor de musicalização. Me formei em Composição e Regência na La Salle, em 2012. Na região, não se tem muitos bares específicos de rock, sertanejo ou reggae. Infelizmente não há espaço para todos. Gostaria de seguir um estilo mais específico, mas para viver de música é necessário ser versátil.
• E como surgiu essa versatilidade musical?
A música não é brincadeira. Comecei minha carreira já pensando nisso. Fui contra todos que diziam o contrário – que me aconselhavam a fazer concurso público e ter a música como hobbie aos fins de semana. Eu queria tocar todos os dias. Hoje já consigo viver disso. Comecei em bandas de igreja, onde aprendi a tocar violão, bateria e teclado. Depois, na escola, tive acesso a outros instrumentos, como flauta e piano. Tudo que aparecia na minha frente eu queria tentar tocar. Com 21 anos, comecei a tocar em baile. A partir daí, passei a fazer shows que iam do pop ao sertanejo. Fui preenchendo meu repertório.
• Além dos palcos, você também dá aulas de músicas para crianças. Nestes 12 anos de carreira, que mensagem tenta passar aos alunos?
Que a vida pode ser muito mais tranquila com a arte. Não só com a música. De forma lúdica, a arte dá propósito aos trabalhos feitos pelas crianças. Seja um cartão de Dia das Mães ou a execução de uma música, eles aprendem de forma divertida a organizar letras, números e acordes.
• E na sua jornada musical, o que mudou depois que começou a dar aulas para crianças?
Quando iniciei a dar aulas para crianças, eu ainda era muito ligado no rock. Com meus alunos, aprendi a prestar mais atenção em outros timbres. Percebi que muita guitarra poderia ser substituída por uma flauta, por exemplo. Mudou minha visão na música. Às vezes, a gente se habitua tanto a um estilo que não sabemos mais como as pessoas estão nos ouvindo. Quanto mais elementos musicais puderem ser agregados em uma canção, mais pessoas poderão ser alcançadas. Além de tocar, o músico precisa saber ouvir também o seu público.
Cristiano Duarte: cristiano@jornalahora.inf.br