Os sucessivos assaltos na cidade motivaram a convocação de uma reunião de emergência a ser realizada hoje, 3, às 14h, na prefeitura. Proposto pelo governo municipal, o encontro reunirá líderes locais, empresários, vereadores e representantes das forças de segurança para a elaboração de um plano de ações conjuntas contra o avanço da criminalidade.
Proprietários de supermercados, farmácias, lojas, bancos, lotéricas e representantes da Associação Comercial, Industrial e Agropastoril (Aciab) foram convidados para a reunião. A atividade contará também com a participação dos comandos da Brigada Militar e da Polícia Civil no município.
Conforme o prefeito Edmilson Busatto, o propósito é escutar o setor empresarial e debater propostas para o combate ao crime. Um dos temas da reunião será a possibilidade de implantação de câmeras demonitoramento, cujo projeto está pronto, mas precisa de recursos para ser implementado. Também será abordada a necessidade de o município ter um policiamento militar exclusivo, e não mais dividido com Fazenda Vilanova.
“São diversos estabelecimentos sendo assaltados e devemos buscar medidas para que isso termine, e a população fique mais segura. Vamos ver como nosso município poderá responder e buscar meios para melhorar essas situações. Vamos buscar parcerias para, quem sabe, implantar câmeras de monitoramento, aumento no efetivo policial, entre outras medidas”, destaca Busatto.
Sequência de assaltos
Nesse fim de semana, o supermercado Quebom, na avenida Senador Pinheiro Machado, foi assaltado pela segunda vez em menos de 30 dias. O crime aconteceu por volta das 19h, quando quatro homens encapuzados entraram no estabelecimento armados e roubaram quantia não revelada. Na fuga, o proprietário da loja foi levado refém em um veículo Polo prateado. Ele foi deixado na Linha Delfina, próximo ao limite com Estrela.
Em 31 de março, o mesmo mercado foi vítima de uma ação criminosa semelhante. Na ocasião, cinco homens assaltaram o local no fim da tarde. Os clientes foram obrigados a deitar no chão e, na fuga, foram forçados a fazer um cordão humano.
Em 25 de fevereiro, o alvo foi o mercado Languiru, no bairro São Francisco. Cinco criminosos armados invadiram a loja no fim da manhã e roubaram os caixas. Na fuga, miguelitos foram espalhados nas principais vias da cidade.
Nos três casos, ninguém foi preso.
Comunidade opina
Proprietário de uma loja próxima ao estabelecimento assaltado nesse sábado, Ércio Ramos da Rocha avalia que as dificuldades sentidas na área de segurança não são exclusivas de Bom Retiro do Sul. Segundo ele, se medidas não forem adotadas em nível de estado e de país, a tendência é que a situação fique cada vez mais grave.
O lojista se diz cético em relação à reunião proposta pela administração. Conforme Rocha, ações para combater a criminalidade competem ao Estado, e o governo municipal teria pouco a fazer para amenizar o problema. “O município pode até dar uma força, mas para mim é só uma questão de politicagem. Eu acho que não resolve”, pondera.
Funcionária de uma loja na área central da cidade, que não quer se identificar, afirma que a violência antes restrita aos grandes centros urbanos agora alcança também as cidades pequenas do interior. Para ela, a insuficiência na quantidade de policiais é a principal causa. O fato de a unidade da Brigada Militar em Bom Retiro do Sul atuar também no município vizinho de Fazenda Vilanova deixa a população local muito vulnerável.
“A comunidade tem que dar as mãos e se juntar para enfrentar o problema”, sugere a comerciante. Segundo ela, a reunião proposta pelo Executivo é importante, mas precisa resultar em ações efetivas, como a implantação de câmeras de monitoramento e a integração entre as polícias e as empresas de vigilância privadas.
Alexandre Miorim: alexandre@jornalahora.inf.br
