O SUS completa 30 anos como um dos modelos de saúde pública mais efetiva do mundo. A cada dez brasileiros, sete dependem desse atendimento.
Esse reconhecimento ainda é corroborado pela Organização Mundial da Saúde. Por meio do SUS, a população tem acesso a todas as vacinas recomendadas. Também se trata do maior modelo público de transplantes de órgãos no mundo.
Pelo SUS, se tem assistência integral em saúde pública. O tratamento é grátis para portadores do HIV, de câncer e outras tantas doenças.
Apesar disso, a importância do sistema por vezes é colocada em xeque devido às suas carências. O sistema falha ao reduzir as listas de espera e os gargalos nos atendimentos de média e alta complexidade.
Ainda assim, é a garantia de um atendimento digno para a maioria das famílias brasileiras. Contra o bom funcionamento, conspiram fatores como a falta de investimento público, desorganização da rede básica e as limitações no atendimento preventivo.
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Para se ter uma ideia, a União, os estados e os municípios investem pouco mais de R$ 240 bilhões por ano na saúde. Significa 3,8% do PIB. Em termos de comparação, países ricos gastam até 10% do PIB com saúde pública.
A partir deste ano, passa a vigorar a Emenda Constitucional 95, pela qual os gastos federais passam a ser corrigidos pela inflação. O impacto sobre a saúde pública é preocupante, pois os gastos com os procedimentos costumam subir acima do estabelecido como teto.
Até mesmo a incorporação de tecnologias, em equipamentos ou medicamentos, fica comprometida, contribuindo para ampliar a defasagem do sistema público de saúde em relação ao atendimento oferecido pela iniciativa privada.
Frente ao debate de um novo sistema nacional de saúde, cabe ressaltar a necessidade de vigília da sociedade, sob risco de prejuízos à população. Como o discurso da falta de recursos permeia toda a atividade pública, analistas alertam para um possível desmonte do SUS.
É preciso eficiência na gestão para articular uma rede básica competente e garantir hospitais regionais de qualidade para uma população cada vez mais envelhecida.
