História de 126 anos restaurada

Lajeado - PATRIMÔNIO DE LAJEADO

História de 126 anos restaurada

O prédio da primeira loja de confecções e calçados da cidade, a Heemann, passa por reforma desde janeiro. Investimento ultrapassa R$ 1,5 milhão. Novo comerciante reabre o imóvel neste sábado

História de 126 anos restaurada
Lajeado

Sob nova direção, o prédio do antigo Heemann, administrado pelo empresário Egon Muller, 57, desde agosto de 2014, inaugura uma nova loja de confecções neste sábado, dia 5.

Apesar da novidade, muito além da questão de patrimônio histórico, Muller fez questão de preservar os traços arquitetônicos da construção. Segundo ele, foram mais de R$ 1,5 milhão na restauração do imóvel.

A reforma do prédio iniciou no dia 8 de janeiro. A obra deu conta de cerca de 1,5 mil metros quadrados, do total de 5 mil metros quadrados do local.“Independente da lei que preserva prédios e patrimônios históricos, manteríamos os traços arquitetônicos”, revela Muller. De acordo com o empresário, o objetivo da restauração foi de “misturar o velho com o novo em uma combinação perfeita de negócio.”

Legado

Inaugurado em 1892, o comércio Heemann foi pioneiro no ramo de atacado em confecções, calçados e artefatos em couro e lona na região. No prédio localizado na rua Júlio de Castilhos, 192, há 126 anos, o empresário Erwino Heemann deu continuidade ao trabalho iniciado pelo pai Henrique Heemann, no bairro Olarias.

Waldir Heemann, 95, filho de Erwino, trabalhou por 70 anos na empresa, a maior parte desse período ao lado do pai. Segundo ele, a venda do prédio histórico para Muller foi com um pouco de pesar para a família.

Prédio com 126 anos de história começou a ser restaurado em janeiro. Nova loja será inaugurada no sábado

Prédio com 126 anos de história começou a ser restaurado em janeiro. Nova loja será inaugurada no sábado

“Entraram sócios que não conseguiram controlar o negócio. Como eu já não era um dos maiores acionistas, tive que ceder”, lamenta.

No alto dos 95 anos, Waldir lembra com carinho do período em que viajou a cavalo pelos municípios do Vale fazendo venda de produtos. “Eu e meu pai tínhamos paixão pelo negócio. A venda foi uma tristeza”, diz.

Erwino Heemann foi pioneiro no ramo de atacado em confecção na região

Erwino Heemann foi pioneiro no ramo de atacado em confecção na região

“Família de alma”

Apesar de não ter vínculo de sangue com a família Heemann, os antigos funcionários Vera Lucia Siebenborn, 53, e Marlori da Silva, 71, permanecem à frente da empresa com o mesmo nome. Localizado na rua Fialho de Vargas desde março, o Atacado Heemann continua com o mesmo negócio, porém, sob direção da antiga funcionária.

Marlori, conhecido como Tuta, começou a trabalhar no Heemann em 1961. Vera iniciou a carreira em 1987, pouco antes de a empresa tornar-se centenária. Segundo ela, sua ligação com a família é de “alma”.

“Vou continuar com o mesmo nome na loja. Além da tradição, Heemann é forte. O dono da empresa é mais antigo que Lajeado, que foi fundada em 1855”, comenta.

Segundo ela, esteve ao lado da família em momentos difíceis. “Uma vez, visitei mais de 200 credores deles. Apenas um ou dois não conseguiram pagar na hora, mas deixaram depósitos”, lembra.

Cristiano Duarte: cristiano@jornalahora.inf.br

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