No dia 26 o frei Gervásio Muttoni completaria 92 anos. Ele morreu de causas naturais no Hospital de Porto Alegre na manhã desse domingo.
O prefeito Celson Kaplan decretou luto oficial nos dias 30 de abril, 1º e 2 de maio em homenagem ao frei Gervásio, que em 12 de julho de 2013 recebeu o título de Cidadão Imigrantense pelo trabalho realizado por décadas na Paróquia São João Batista de Daltro Filho.
“Serviu no município de Imigrante de acordo com a grandeza da Ordem Franciscana, deixando testemunho irretocável”, diz Kaplan.
O corpo do franciscano foi velado na capela do Convento São Boaventura, Daltro Filho, na noite de domingo. O enterro ocorreu ontem, no Cemitério dos Frades.
Consagrado
Natural de Medorema, Vila Fão, em Lajeado, Mário Ângelo Muttoni nasceu no dia 26 de maio de 1926. O nome de “Gervásio” foi adotado quando ingressou como religioso, em homenagem a um professor e intelectual da Pontifícia Universidade Católica que o incentivara a ingressar na vida religiosa.
Os pais de frei Gervásio vieram do norte da Itália com mais cinco filhos em busca de melhores condições de vida após a Primeira Guerra Mundial.

Frei Gervásio atuou por 64 anos como sacerdote em municípios do Vale
Ele trabalhou na lavoura até os 12 anos. Em seguida, ingressou no seminário em Taquari, onde fez Ginásio e Científico. Em continuidade à carreira religiosa, foi para Daltro Filho, no Convento São Boa ventura, onde formou-se em Filosofia.
Estudou Teologia em Divinópolis e recebeu ordenação como frei em 1954. Dedicou cerca de 70 anos à vida consagrada e mais de 60 como sacerdote.
Amigo próximo de Gervásio por quase 20 anos, o frei Albano Bohn lembra do sacerdote com carinho. “Era uma pessoa muito simples e tinha expressões bem vividas.”
Segundo o colega, Gervásio se relacionava com ternura com a comunidade. “Chamava as pessoas de ‘caríssimo’ ou ‘caríssima”. Era um padre muito afeiçoado”, diz.
Fraterno
Sacerdote da Ordem dos Frades Menores e seguidor de São Francisco de Assis, frei Gervásio era reconhecido na comunidade pela generosidade.
Atendeu famílias de toda a região. Atuou em Lajeado, Panambi, Não-Me-Toque, Progresso e sempre manteve forte vínculo com Agudo, no Vale do Rio Pardo, onde participou da fundação do seminário da cidade e acompanhou de perto o processo de emancipação do município.
Quando a Igreja Católica comemorou os dois mil anos de Jesus Cristo, durante a celebração do Ano Jubilar, o frei passou um ano em Roma. Na Itália atuou como confessor em língua portuguesa.
Cristiano Duarte: cristiano@jornalahora.inf.br