Valmor Luiz Devitte, 59, de Encantado, se dedica à profissão de pedreiro faz 40 anos. Já atuou em diversas obras e desde 2014 trabalha na construção da UTI e na ampliação do Hospital Beneficente Santa Terezinha como mestre de obra.
• Com quem você aprendeu a profissão de pedreiro?
Do meu pai. Meu pai trabalhava de pedreiro e eu fui acompanhando ele. A única profissão que eu aprendi foi essa, trabalhando desde que voltei do quartel. Comecei como ajudante de pedreiro, depois pedreiro, após mestre de obra, fazendo obras por conta.
• Qual o sentimento quando vê que seu trabalho virou algo importante para a sociedade como a UTI?
Isso é muito bom. Uma coisa que vai ficar ali para sempre. Vai ficar marcado para os netos, filhos. É um orgulho para a gente que vai trabalhar e tentar fazer a coisa mais certa possível. Estar trabalhando nessa obra é muito gratificante e importante para mim. Essa é a minha primeira obra como empregado. Gosto de trabalhar ali.
• Quais as outras obras que sente orgulho de ter construído?
Foram tantas. A gente sai de uma e entra em outra obra. Quando eu passo com a minha família, eu digo: aquela obra fui eu que fiz. Sinto que a minha família fica orgulhosa do meu trabalho. Todas de alguma maneira me passam algo especial, mas esda que estou fazendo é diferente, pois no futuro saberei que fui em quem construiu algo muito importante para a cidade.
• O que um bom pedreiro precisa ter?
Visão, conhecimento, saber como falar e reagir com a equipe, ter um bom diálogo com o patrão e o empregado. Ter paciência, fazer com que todos se sintam à vontade para trabalhar. Sempre encontrar a solução das dificuldades que possam surgir ao longo das obras. Ter a certeza que tudo está de acordo com os projetos solicitados. E, principalmente, gostar do que está fazendo.
• É verdade que em casa de pedreiro a parede é sem reboco?
No serviço estão te pagando, tu tens que executar. Em casa não, se eu não fizer hoje, faço amanhã ninguém está te pedindo. A mulher é quem cobra, mas eu não dou bola. Faz parte.
• Sente orgulho dessa profissão?
Sim. Gosto dessa profissão. Às vezes tem um pouco de incomodação, no resto, é muito bom. Uma profissão meio sofrida, pois tudo é serviço pesado. Se não é puxar ferro, é cimento, tijolo ou areia, não tem um serviço leve, mas é gratificante e bom.
Gisele Feraboli: gisele@jornalahora.inf.br