Conforme o presidente do Fundesa, Rogério Kerber, a compartimentação é uma ferramenta utilizada pelos países para certificação de uma subpopulação com um status sanitário diferenciado com relação a uma ou mais doenças específicas.
É baseada em procedimentos de biosseguridade, que favoreçam o controle de doenças e o comércio internacional. “Consiste no controle total do risco sanitário, em todos os estágios da produção”, afirma.
O processo no RS iniciou em março de 2017. Em conjunto, entidades representativas do setor discutem e sugerem a inclusão de propostas à Instrução Normativa 44, que estabelece as normas para a Certificação Sanitária da Compartimentação da Cadeia Produtiva de Suínos, quanto à exposição aos vírus da Febre Aftosa (FA) e da Peste Suína Clássica (PSC).
Quais os requisitos para receber o certificado?
Rogério Kerber – Os requisitos envolvem investimentos relacionados, principalmente, com a infraestrutura e o reforço na adoção de medidas de biosseguridade nas unidades de produção, identificação e rastreabilidade dos suínos, vigilância epidemiológica do compartimento, bem como supervisão e controle pela equipe de gestão do compartimento e auditorias do serviço veterinário oficial.
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Qual a importância do certificado para o produtor, empresa e o país?
Kerber – A compartimentação é um conceito que pode se aplicar com objetivo de fornecer proteína animal segura aos mercados, facilitar o comércio internacional de animais e produtos de origem animal, assegurando garantias adicionais de biosseguridade que minimizam o risco de introdução e disseminação da FA e PSC, mesmo em momentos de emergência sanitária. O sistema elimina a questão geográfica, pois cada granja é um compartimento livre de determinada enfermidade. Em caso de surto em um estado ou região, facilita a manutenção da exportação e o comércio interno.
Considerações finais
Kerber – A adesão é voluntária, depende única e exclusivamente do interesse da empresa, do cumprimento dos requisitos necessários e aprovação pelo serviço veterinário oficial. A certificação tem por finalidade reconhecer e atestar a situação sanitária de um plantel de suínos mantidos sob um mesmo sistema de gestão de biosseguridade e vigilância epidemiológica, compreendido por unidades de produção e unidades funcionais associadas. Pode ser considerada a produção de uma empresa individualizada.