Comunidade escolar cobra mais professores

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Comunidade escolar cobra mais professores

Pais de alunos e parte dos professores das dez escolas de Educação Infantil estiveram no Legislativo na segunda-feira para falar sobre a insuficiência de docentes

Comunidade escolar cobra mais professores
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A falta de monitores e professores nas escolas municipais de Educação Infantil é a principal reivindicação de um grupo de pais e professores. Uma comissão de representantes das instituições dos bairros Santa Clara, Lago Azul e Vila Moça esteve na sessão de segunda-feira.

O grupo pede que o número de professores por aluno seja cumprido. Também relata desvio de função no caso de recreacionistas e monitores exercendo a função de docente.

Outra reivindicação diz respeito à falta de materiais de consumo como papel higiênico, produtos de limpeza e de higiene pessoal. Por vezes, os Conselhos de Pais e Mestres (CPMs) ou os próprios professores precisam comprar os itens.

O presidente do Legislativo, Marino Deves (PP), reiterou que, ainda quando o assunto transporte escolar foi assunto no parlamento, o tema educação deveria ter sido discutido de forma mais ampla. “A qualidade do ensino, a valorização do professor, o acesso e tudo mais precisa ser debatido. Há vários trabalhadores cuidando de mais de 20 crianças. Não é esse nível de educação que queremos”, salienta.

As reivindicações

“Tenho uma turma com 21 alunos de 3 e 4 anos. Não consigo nem ir ao banheiro. A lei diz que deveria ter um professor e um auxiliar para cada 18 alunos. Por que a lei não está sendo cumprida?”, questiona Janete Voos, professora do Maternal B da escola Santa Clara.

Emocionada, relatou que não há cadeiras e mesas para todos os alunos. “Não tenho como deixar as crianças brincando o dia inteiro no chão. É desumano.”

A vice-presidente do CPM da Vila Moça, Marina Giacomolli, comentou que também há crianças misturadas em turmas que não condizem com a idade. “Como não ficar preocupada. Que tipo de trabalho pedagógico está sendo feito?” pergunta.

Após ouvirem as reivindicações, os vereadores assumiram o compromisso de visitar as escolas e fazer um relatório sobre o quadro. Estipularam um prazo de 15 dias. A intenção é levar as reivindicações e debater o assunto junto com o Executivo. Foi elaborada uma lista dos assuntos mais relevantes a serem avaliados.

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Contraponto

O prefeito Adroaldo Conzatti destaca que não há problema em escola nenhuma. “Não tem nenhuma falta de professor. O que existe é olhar as pessoas que estavam lá e perguntar o que é que elas querem? Elas querem transferência, aposentadoria, férias fora de época, o dinheiro do FPM. Agora, colaborar e contribuir com a melhora do ensino de Encantado não”, argumenta.

Conforme o chefe do Executivo, as pessoas que estavam na reunião foram chamadas para uma conversa ontem à tarde e não compareceram. “É preciso que haja a compreensão e colaboração de todos e não querer tirar vantagem individual. Quem quer vantagem individual não é dentro da nossa administração que vai acontecer”, salienta.

Conzatti destaca que nas creches há cerca de mil crianças e mais de 300 funcionários em toda a Educação Infantil. Segundo ele, também compete aos vereadores avaliar as situações e não dar atenção para politicagens.

Ele argumenta ainda que às vezes os índices de falta chegam a 20%. “Os pais por uma razão ou por outra seguram as crianças em casa. Mas eles não veem que estamos queimando dinheiro. Vão no Judiciário e na Promotoria para conseguir vaga e depois não mandam as crianças para a escola e fazem a comunidade gastar. Isso também tem que ter resposta”, acrescenta.

“Temos que ter o debate franco com a comunidade com a responsabilização de todos. Não só o poder público. E a responsabilidade de cada um quando vai cumprir?”, questiona. O prefeito afirma que os gastos mensais com a Educação Infantil superam os R$ 1,5 milhão, com folha de pagamento e todos os custos de alimentação e manutenção. Por fim, afirma que o governo continuará fazendo as correções onde forem necessárias para o melhor para o município, mesmo com as críticas de opositores.

Nº de alunos por professores

Conforme consta no site do Ministério da Educação, de acordo com o parecer do Conselho Nacional de Educação nº 28/1998, há no mínimo uma professora para cada agrupamento de:
• 6 a 8 crianças de até 2 anos
• 15 crianças de 3 anos
• 20 crianças de 4 a 6 anos

Gisele Feraboli: gisele@jornalahora.inf.br

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