Época de muitos doces, presentes e momentos em família, a Páscoa nem sempre é apenas sinal de gastos. Quem tem muitas pessoas para presentear tem um desafio a ser gerenciado para que a festividade não comprometa o orçamento mensal.
Mas como para cada problema existe uma oportunidade, alguns jovens da região resolveram utilizar a boa vontade e o planejamento para garantir uma renda extra.
De acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab), o Brasil é um dos países com o maior volume de vendas de produtos de Páscoa do mundo.
Só em 2017, foram produzidas nove mil toneladas de chocolate, o equivalente a 36 milhões de ovos.
E nessa paixão por chocolate que moram as oportunidades de empreender e colocar as contas em dia.
Supresa e alívio
Moradora de Teutônia, Cristiane Selzler, 25, trabalha como auxiliar administrativa e teve a ideia de produzir ovos de colher em casa para compensar o salário reduzido após o mês de férias. “É claro que a gente pensa na renda extra, mas eu me impressionei com a quantidade de pedidos. Eu nem tinha me programado para tudo isso”, relata. Com mais de 150 ovos feitos, Cristiane faz todos o trabalho sozinha. “Às vezes o meu namorado me dá uma ajudinha para mexer o brigadeiro”, brinca.
Ao falar sobre a experiência de ter um trabalho extra, ela conta que fica muito feliz em ver as pessoas satisfeitas. “Me anima muito ouvir elogios sobre os ovos que faço”, diz.
Mas eles não são a única renda extra da jovem, que também produz cupcakes sob encomenda ao longo do ano. “Esse dinheiro foi essencial para eu pagar algumas contas que estavam em atraso devido às minhas férias”, comemora.
Da Páscoa ao nordeste
Inspirado em aumentar a renda, o casal de namorados Suhelen Gomez, 24, e Lucas Eduardo Ahne, 24, começou a produzir ovos de colher artesanais para vender aos amigos. “Quando o Ahne me deu a ideia de confeccionarmos ovos, eu achei meio maluco. Mas então resolvemos começar e ver onde isso daria”, relembra Suhelen.
Junto há cinco anos, o casal foi aprimorando as técnicas até chegar neste ano a mais de 150 encomendas. “De um ano para o outro, aumentamos a variedade de tamanhos e sabores e recebemos uma resposta bem positiva”, diz Ahne.
Com a renda a mais, compraram alguns itens para a casa nova e parte da renda foi destinada a um pacote de viagem a Porto de Galinhas, no Recife (PE). “O importante é sempre trabalhar com os melhores ingredientes possíveis. O sabor é mais importante do que a embalagem”, finaliza Suhelen.
Você sabia?
• Cada brasileiro consome, em média, 2,5 kg de chocolate ao ano. Isso equivale a 16 barras.
• A Região Sul é onde as pessoas mais comem chocolate, cerca de 4,5 kg/ano.
• O Nordeste aparece na outra ponta da lista com um consumo médio anual de 1,2kg.
• Nas classes sociais mais altas, a preferência de consumo é no inverno, com as versões ao leite e amargo como as favoritas
• Nas classes mais baixas, o chocolate é lembrado como uma opção de presente em datas comemorativas e a preferência é pela versão branca.
• Sete em cada dez brasileiros consome chocolate.
• Depois da Páscoa, o inverno, Natal e Dia dos Namorados são os períodos em que o consumo aumenta 23%, 16% e 11%, respectivamente.
• Para 61% da população, prazer e satisfação são as principais sensações obtidas ao comer chocolate.
• Quase 90% dos consumidores compram chocolate para consumo próprio.
• As mulheres lideram o ranking de chocólatras. Representam 56% do público consumidor.
FONTE: Pesquisa encomendada ao Ibope em 2017 pela Abicab