Vídeos falsos
Há poucos dias, o radialista João Pedro Stacke, de Estrela, conheceu o poder destrutivo de um vídeo falso espalhado na internet. Um vídeo obsceno com dois homens foi lançado nas redes sociais com a foto de perfil de Stacke. Apesar da grosseira montagem, o radialista gastou saliva para esclarecer que era vítima. Ainda hoje tem quem duvida sobre o fato. Pasmem! Esta é a nova era, a pós-verdade.
A ex-primeira-dama dos Estados Unidos, Michelle Obama, é um dos alvos preferidos dos mentirosos. Recentemente, foi vítima de um desses vídeos, como mostrou o jornal The New York Times.
No audiovisual, que surgiu no fórum online Reddit, os autores da farsa usaram o programa FakeApp e sobrepuseram o rosto de Michelle no corpo de uma atriz pornô em um strip. “Quem não prestar atenção até pode achar que é mesmo Michelle tirando a roupa”, escreveu o repórter Kevin Roose, do jornal norte-americano, em reportagem publicada no Brasil, nessa quinta-feira, 8, pelo diário O Estado de S.Paulo.
Em um mundo de alta tecnologia e comunicação on-line, as notícias falsas também são perigosas e atentam contra a democracia. O alerta é de especialistas faz tempo.
A preocupação maior é com a “perfeição” das fake news. São vídeos fraudulentos que chegam cada vez mais próximos da realidade. Depois de produzidos a partir de ferramentas baratas, mas de tecnologia sofisticada (inteligência artificial, por exemplo) e acessível, espalham-se nas redes sociais, alerta a ANJ, em seu site.
Muitas pessoas – até esclarecidas – compartilham sem dar-se conta.
Ouvido pelo TNY Times, Hao Li, professor assistente de Computação da University of Southern California (USC), se disse alarmado com algo para o qual parece não haver saída.“Eu me preocupo com o fato de que as pessoas vão usar isso para chantagear os outros. É preciso explicar às pessoas que isso pode acontecer.”
O que há de novo na era digital, diz o jornalista e professor de mídia digital, é o advento de ferramentas que tornam as fotos, o áudio e o vídeo fraudulentos fáceis de serem criados como se fossem verdadeiros, colocando palavras que não foram ditas na boca das pessoas, ou mesmo mostrando-as fazendo coisas que jamais fariam.
O temor cresce à medida em que qualquer cidadão ou empresa pode ser alvo dessa manipulação. Dificilmente a pessoa conseguirá provar que aquilo é falso. A imprensa, por meio dos veículos de comunicação sérios, é praticamente a única arma contra essas falsidades.
“A menos que tenhamos descoberto o que fazer. À medida que o poder da inteligência artificial aumenta, os arquivos de áudio e vídeo falsificados se tornarão cada vez mais difíceis de reconhecer. Com o tempo, as pessoas (incluindo os jornalistas) simplesmente não poderão discernir um vídeo falso de um real”, adverte o especialista.
O fato é tão estarrecedor e triste, ao mesmo tempo, que precisamos criar antídotos emocionais para enfrentar possíveis ameaças que rondam nossas vidas.
A esquizofrenia digital também nos negócios
Apesar de completar um ano, a matéria da revista da CENP, entidade que regula a publicidade brasileira, segue atualíssima. Doze meses depois, o surto equivocado sobre o que fazer ou não fazer nas mídias digitais se ampliou. A desinformação faz muitos empresários desatentos gastarem fortunas nessa área sem se darem conta da prática danosa e sem resultados consistentes, muitas vezes, que os falsos “milagreiros digitais” prometem.
Marc Pritchard, presidente da ANA, entidade dos anunciantes norte-americanos que reúne mais de mil marcas, segue crítico ao que chama de “porcaria” na maior parte da publicidade digital.
Ele ataca, principalmente, as redes sociais e critica a manipulação da audiência. Cita que muitas marcas ficam ali bombardeando o consumidor com publicidade ruim, por meio de vários formatos e estratégias nefastas, enganadoras. Ficam se iludindo com visualizações e curtidas.
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Alerta para a enganação e fraudes na mensuração dos resultados. Empresários desavisados caem no discurso fácil e barato. “Boa propaganda custa tempo e dinheiro. E da forma como está sendo feita coloca recursos demais em intermediários não produtivos, com buracos negros que sugam verbas em processos e métodos fraudulentos”, adverte Pritchard.
Ainda que uma legião de pessoas se atire todos os dias ao nefasto mundo da rede social, não significa que elas consumirão produtos ali expostos. Pelo contrário, muitos estão na rede social para bisbilhotar, se exibir ou tentar vender algo, quando não aplicar algum golpe ou atitude criminosa como manipular vídeos e fazer vítimas.
Umberto Eco morreu, mas sua sabedoria ecoa no planeta ao afirmar que as redes sociais deram vazão a uma “legião de imbecis”. Infelizmente, não podemos nos cansar de repetir isso. Do contrário, sucumbiremos em uma era em que a verdade deixará de ser um valor. E, então, a mentira e a manipulação ocuparão seu espaço.
Esta não é uma briga contra ou a favor do uso digital. É uma guerra traiçoeira do indivíduo honesto contra a mentira. Precisamos nos questionar, refletir e aumentar o alerta sobre o que compartilhamos ou curtimos na era pós-verdade.
Quem ainda não assistiu, recomendo o filme Idiocracia. Encontra fácil na internet. A sátira é um bom antídoto para quem ainda acha que o perigo da era digital é falácia dos conservadores.
Lajeado continua na briga
A possibilidade da vinda da Havan é real. O representante do governo de Lajeado Isidoro Fornari Neto esteve com o diretor da rede de empresas Luciano Hang. Eles trataram da instalação de uma unidade em Lajeado. Inicialmente, duas cidades no Rio Grande do Sul serão contempladas. As tratativas estão adiantadas, mas num primeiro momento, a Havan vai analisar o desempenho das lojas nas duas cidades gaúchas. Se derem resposta positiva, uma terceira cidade pode ser escolhida. Neste caso, Lajeado, próximo ao Shopping, ou Estrela, nas imediações do Centro Comercial, na BR-386.
Tecnologia na Segurança
O assunto da segurança pública dominou a reunião da Amvat durante mais de duas horas. O promotor Carlos Augusto Fiorioli e o novo comandante do serviço da Brigada Militar em Lajeado convenceram os prefeitos presentes na reunião da necessidade de esforços para combater a criminalidade. A ideia é usar a tecnologia a serviço da segurança pública, pois em termos de recursos humanos e outras iniciativas, a Brigada Militar , especialmente, tem insuficiência e incapacidade para enfrentar o crime organizado. Ao que tudo indica, os prefeitos formarão uma equipe de trabalho para tratar especificamente desse assunto – segurança pública – não apenas nas reuniões da Amvat, mas em ocasiões paralelas.