Ação em defesa dos direitos animais foi realizada nesse sábado, 24, em frente à unidade da Polícia Rodoviária Estadual, na ERS-453. Denominada Contribuição Solidária, a atividade consistiu na arrecadação de dinheiro e conscientização de motoristas sobre os cuidados para evitar acidentes com espécies silvestres e domésticas.
A iniciativa foi feita pela Rede de Proteção Ambiental e Animal (Repraas), Patas Solidárias e Associação Protetora dos Animais de Teutônia (Apante), com apoio do Conselho em Defesa dos Animais e administração municipal. Conforme os organizadores, as arrecadações serão revertidas às entidades e ao Conselho Pró-Segurança Pública (Consepro).
Segundo o presidente da Repraas, Vladimir da Silva, a ERS-453 registra de seis a oito atropelamentos de animais por dia , no trecho entre Estrela e Garibaldi. As principais vítimas são espécies como gato-maracajá, porco-espinho, gambá, graxaim e guati. “Esse pedágio é uma forma muito importante para conscientizar o motorista e trazer uma união entre as ONGs”, destaca.
A Repraas trabalha na preservação da fauna silvestre faz cerca de uma década. Nos últimos anos, o grupo se dedica a enfrentar os índices de atropelamentos na Rota do Sol. Segundo Silva, após um série de reuniões sem êxito com a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) sobre a necessidade de construção de passagens subterrâneas, a situação foi levada ao Ministério Público.
Silva destaca que a Justiça determinou, por meio de liminares, providências por parte do órgão. A Repraas aguarda da EGR a implementação de quatro passagens para os animais na rodovia, estudos de fauna e implantação de centro de educação ambiental. “É, na verdade, tudo o que está na licença ambiental concedida pela Fepam e que não está sendo cumprido”, salienta.
Conforme a vice-presidente da ONG Patas Solidárias, Alici Feyh, o intuito da ação foi proteger de atropelamentos tanto os animais silvestres como os domésticos. “A gente quer conscientizar as pessoas para que dirijam com mais cautela, para que também se protejam e protejam as suas famílias”, complementa.
A Patas Solidárias existe faz cerca de dois anos. O foco do grupo está na castração e vacinação. Por mês, castra cerca de 70 gatas e cadelas. A entidade também acolhe animais abandonados em lares temporários e ajuda na busca de uma destinação aos mesmos.
A mais antiga organização do município vinculada à causa animal é a Apante, criada em 2007. A ONG recolhe animais atropelados e vítimas de maus-tratos. Cães, gatos e cavalos, entre outros, são resgatados e conduzidos ao atendimento veterinário.
De acordo com a presidente da Apante, Neide Jaqueline Schwarz, a participação na ação de sábado buscou recursos para quitar parte das dívidas decorrentes dos procedimentos veterinários nos animais resgatados. Segundo ela, o débito está em torno de R$ 3,4 mil.
Ação educativa
O ato contou com a participação de cerca de 30 ativistas. Estiveram presentes o vice-prefeito Valdir do Amaral, o secretário de Agricultura e Meio Ambiente, Gilson Hollmann, os vereadores Cleudori Paniz (PSD) e Aline Röhrig Kohl (PP). Policiais rodoviários contribuíram orientando os condutores a parar os veículos.
O comandante da unidade da Polícia Rodoviária Estadual, Mario José Eckart, avalia a ação de forma positiva. “A polícia rodoviária muitas vezes é vista apenas como a parte punitiva. Esse tipo de campanha mostra que hoje nós estamos na rodovia não só preocupados em punir o condutor que comete infrações, mas também em educá-lo”, comenta.
Alexandre Miorim: alexandre@jornalahora.inf.br