Rodrigo Majolo tem 38 anos e nasceu em Paranavaí, no Paraná. Mas o “guri” foi criado em Lajeado. Hoje, após passar por alguns empregos “normais”, é instrutor de voo livre.
• Quando você começou a voar?
Comecei a voar em 2009, a convite do meu irmão (Ricardo), que já era instrutor em Sapiranga. Nunca fui muito ligado às coisas que voam, mas sempre gostei de esportes e estar junto da natureza.
• E como esse prazer se transformou em profissão?
Fui auxiliando no trabalho do meu irmão nos fins de semana, pois tinha um emprego “normal” e trabalhava de segunda a sexta. Hoje, é só voo livre. Esta foi a maior mudança.
• Quais foram as primeiras descobertas?
No voo livre, conhecemos vários apaixonados pelo esporte que se tornam sua família. Apesar de ser individual, dependemos um do outro em situações inusitadas. Aprendi que se fizermos as coisas juntos temos muito mais chances do que sozinhos. Para ilustrar, posso dar o exemplo do recorde mundial de distância de parapente. Hoje é de 564 Km, realizado por três brasileiros voando juntos no nordeste, cada um no seu equipamento, mas se auxiliando na busca do resultado.
• E quais são as suas ‘proezas’ no esporte?
Não tenho muitas proezas no esporte de recordes ou competições. Voo para me divertir. Têm alguns voos que fiz que o pessoal comenta. Um desses foi ter vindo de Sapiranga para Arroio do Meio, quando não tinha muita experiência. Outro foi no sábado passado, quando permaneci por mais de seis horas e meia voando sobre o Vale do Taquari.
• Fale um pouco sobre o seu desafio de voar 150 horas em meio ano.
Surgiu meio que por acaso. Troquei de equipamento e depois de voar com velas de competição, de alto rendimento, decidi usar um equipamento que chamamos de ‘saída de escola’.
É como dizer que estou ‘andando com bicicleta de rodinhas’. O projeto é ficar mais de 150 horas em voo em seis meses. Seria como passar mais de seis dias direto no ar. São poucos os pilotos de parapente que conseguem voar mais de cem horas em um ano. Não por falta de habilidade, mas sim pela necessidade de ter tempo. E como eu trabalho com isso consigo aproveitar. A razão principal do projeto é eu ter uma desculpa para ficar voando. E o maior risco do projeto é eu gastar boa parte do meu dinheiro para fazê-lo.
Rodrigo Martini: rodrigomartini@jornalahora.inf.br