Uma reunião na Caixa Econômica Federal de Novo Hamburgo abordou a criação de um novo conjunto habitacional popular no município. A intenção é construir um prédio com 80 apartamentos para realocar famílias que hoje vivem em áreas de risco.
De acordo com o prefeito Rafael Mallmann, o projeto ainda é incipiente e reflete o sucesso dos loteamentos já realizados pelo município, como o Nova Morada I e II. “Nossa meta é continuar com essa política habitacional.”
Conforme Mallmann, a área onde o novo conjunto será construído ainda está em estudos. Entre as possibilidades, estão os bairros Boa União e Indústrias. “Queremos reforçar a retirada das famílias que hoje vivem na rua dos Marinheiros e têm problemas com enchente e desbarrancamento do rio.”
Para os moradores das 250 casas dos loteamentos Nova Morada I e II, a chance de participar do programa habitacional representou mudanças na qualidade de vida. É o caso da depiladora Deise Sena, 27. Ela morava de aluguel com a filha de 10 anos no bairro dos Estados antes de se mudar e destaca as vantagens do novo endereço.
“Eu estava em um bairro bom, mas minha condição de vida melhorou muito porque o valor pago pela casa é muito mais acessível”, afirma. Além disso, ressalta que terá a propriedade do imóvel após o fim do financiamento.

No fim do ano passado, município iniciou a construção de mais 126 unidades habitacionais no loteamento
Lazer e transporte
Segundo ela, a convivência no bairro é tranquila, sem problemas entre vizinhos. Afirma que a mudança também gerou novas amizades. Afirma que todos do bairro se ajudam em caso de necessidade, mas diz que falta uma praça para as crianças.
“Sem lugar propício, elas acabam brincando nas ruas, o que é perigoso por causa do trânsito”, aponta. A falta de um campo de futebol também resulta em boladas nos carros e vidros de janelas quebrados.
Deise também critica o número reduzido de horário de ônibus para o loteamento. Segundo ela, como o conjunto habitacional fica muito longe do centro, deveria haver coletivos a cada meia hora.
“Também sentimos falta de um mercado no loteamento, pois o mais perto fica no bairro Boa União”, afirma. Conforme Deise, os moradores também têm dificuldades com o sinal de telefonia celular e não são atendidos pelos Correios. Mesmo assim, acredita que esses problemas são pequenos perto dos benefícios do programa.
Tranquilidade para a família
A calçadista Pâmela Caroline Góes, 32, mora com os dois filhos no conjunto habitacional. Para ela, as residências oferecidas por meio do programa Minha Casa Minha Vida são de alta qualidade, e o bairro é um lugar tranquilo para se viver com a família. “Não pretendo sair daqui.”
Antes de ingressar no programa, Pâmela morava na casa dos pais, no bairro Boa União. Segundo a calçadista, a vida de toda a família melhorou após a mudança. “É muito bom ter o meu canto para cuidar dos meus filhos e ainda ter privacidade.”
Pâmela concorda sobre a necessidade de construir uma área de lazer para que as crianças não precisem brincar na rua. Além disso, defende a construção de um posto de saúde mais próximo do conjunto habitacional.
Construções
No fim de 2017, o governo de Estrela iniciou a construção de outras 126 por meio do programa Minha Casa Minha Vida, também em Novo Paraíso. As unidades são destinadas a famílias com renda de até R$ 2,7 mil e terão um padrão mais elevado na comparação com as casas de 2016, cuja destinação foi para famílias com renda de até R$ 1,6 mil.
Interessados em ingressar no programa passam por uma avaliação de crédito da Caixa. As parcelas de pagamento devem variar entre R$ 360 e R$ 460 por mês, a depender da renda familiar e do valor disponível para dar entrada no imóvel.
As casas em construção são geminadas e com 46 metros quadrados. Todas têm sala com cozinha conjugada, dois quartos e banheiro.
Thiago Maurique: thiagomaurique@jornalahora.inf.br