Correria desnecessária

Editorial

Correria desnecessária

A confirmação de um caso de febre amarela no RS, contraída por um morador de Jaguarão, durante viagem a Minas Gerais, não é motivo para pânico ou desespero. Ainda assim, deve servir de alerta sobre a importância de fazer a…

A confirmação de um caso de febre amarela no RS, contraída por um morador de Jaguarão, durante viagem a Minas Gerais, não é motivo para pânico ou desespero. Ainda assim, deve servir de alerta sobre a importância de fazer a vacina, especialmente quem viajar para as regiões consideradas de risco.
Os mais de 500 casos registrados no país nos últimos seis meses dimensionam a gravidade e a importância de o Estado providenciar vacinas suficientes aos postos de saúde. A projeção do ministro da Saúde, Ricardo Barros, em estender a vacinação obrigatória para todas as regiões do país até novembro representa um trabalho preventivo que deveria ser permanente. Aliás, se fosse mais organizado e planejado o sistema de vacinação, a correria rotineira em caso de surtos, seja de febre amarela ou outras doenças, poderia ser evitada. A perspectiva de Barros, anunciada ontem, soa como alento para a sociedade, que vê a febre amarela se espalhar e fazendo cada vez mais vítimas.
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Há cerca de um mês, filas intermináveis se formavam nos postos de vacinação das áreas de risco, como em São Paulo, Espírito Santo, Rio de Janeiro. Pessoas alarmadas chegavam de madrugada, ou no dia anterior, para tentar receber a imunização. Em muitos casos, moradores de regiões não afetadas competiam por doses que deveriam destinar-se aos habitantes de bairros próximos de matas.
O RS não tinha registro de febre amarela desde 2010. Ontem, logo após a informação do caso em Jaguarão, a procura nos postos de saúde aumentou, fruto de uma cultura de reação e prevenção quando o problema já está criado.
Seria oportuno se o governo federal – e depois estadual e municipal – estabelecesse uma agenda de prevenção para evitar medidas paliativas quando a doença já se alastrou. A morosidade em aumentar a produção de vacinas e estender a imunização para todas as regiões é o retrato da falta de planejamento em algo básico para a sociedade: sua saúde.

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