O alerta que vem do Rio

Editorial

O alerta que vem do Rio

A intervenção militar na segurança pública do Rio de Janeiro tem poucas certezas. Anunciada pelo presidente Michel Temer na sexta-feira passada, a medida comprova a ausência de planejamento e a incompetência da gestão pública. Toda a falência do poder público…

A intervenção militar na segurança pública do Rio de Janeiro tem poucas certezas. Anunciada pelo presidente Michel Temer na sexta-feira passada, a medida comprova a ausência de planejamento e a incompetência da gestão pública.
Toda a falência do poder público no Rio de Janeiro serve de exemplo para o caminho trilhado pelos outros estados. Agentes públicos corruptos, a casta social dos serviços públicos vivendo na riqueza e com muitas relações dúbias. Empresários e políticos. Policiais e traficantes. Opostos, mas integrantes de um sistema paralelo montado em benefício àqueles que desejam permanecer no poder.
O impacto é direto para o cidadão comum. Nas vítimas de balas perdidas, nos turistas assaltados ou nos motoristas que perderam o carro na Linha Vermelha. Esse é o custo cobrado pelas décadas de ausência do poder público, da falta de políticas inclusivas, dos desvios da educação, da saúde e da assistência social.
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Tão penoso quanto ver a Cidade Maravilhosa ruir, é saber que outras cidades trilham para o mesmo destino. Nas capitais e regiões metropolitanas, a insegurança interfere na rotina, preocupa a comunidade e alimenta os discursos de ódio.
No RS, ainda que o Piratini afirme que a criminalidade está dentro da média histórica, o fato é que a violência atinge um patamar preocupante. Há mais roubos, há mais latrocínios e há mais acerto de contas entre criminosos.
A segurança pública fraqueja diante da desassistência estadual. As corporações policiais atuam com poucos recursos e com déficit de efetivo. Na lógica do cobertor curto, criam estratégias de atuação dentro dos limites impostos pelo desaparelhamento histórico pelo qual passam. Como resultado, a criminalidade migra para o interior, encontra cidades com um campo próspero
Toda essa espiral da violência tem como estopim a crise no sistema penitenciário. É dentro das celas, das galerias e nos pátios, que os chefes das quadrilhas fortalecem o seu comando. Mais de 20 anos sem investimentos nas cadeias. Sem uma política de segurança pública. Agora o poder público corre contra o tempo.
O alerta que vem do Rio mostra o alto preço cobrado da sociedade quando os políticos se preocupam mais com as próximas eleições do que com o bem comum.

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