Vendedora e mãe de três filhos, Amanda de Paula Souza, 24, ainda tem tempo para ser voluntária. Moradora de Cruzeiro do Sul, ela visita a Casa de Repouso Bom Samaritano. Incentivada pela mãe, pratica o bem gratuito desde os 11 anos.
• Como você iniciou no voluntariado?
Comecei aos 11 anos. Minha mãe foi a grande influenciadora disso. Ela era diretora do clube de mães do bairro onde morávamos e a gente fazia a doação de brinquedos a crianças daquele local. Por volta dos 16 anos, comecei a divertir pacientes da área oncológica do Hospital de Clínicas, em Porto Alegre. Um amigo meu tinha câncer, e foi quem me levou para fazer o trabalho. Mesmo doente, ele prezava por levar alegria aos demais, o que foi uma grande influência para mim. Aqui em Cruzeiro, participo faz cerca de um ano.
• Quais as atividades desenvolvidas na Casa de Repouso?
Geralmente penso em fazer algo diferente, para sair da rotina. Vamos após o almoço e ficamos durante a tarde. Cantamos, lemos uma palavra bíblica, dançamos, fazemos as unhas das vovós e também levamos comida. Mas nada disso é o principal. O que eles mais gostam é ter nós ali, para conversar. Vamos uma vez por mês, e pretendemos fazer mais.
• Como tem sido essa experiência?
Tem sido realmente algo muito diferente. Ali estamos lidando com pessoas que têm experiência de uma vida e, mesmo assim, são tão necessitadas de atenção, de carinho, de amor. Algo que não consigo descrever. Só posso dizer que é maravilhoso e gratificante. Às vezes a gente se queixa tanto e, vivendo e vendo cada um deles, a gente consegue ver que nossos problemas são realmente muito pequenos. Ali há muitas pessoas abandonadas, e nós muitas vezes temos tudo e não damos valor. Não tem preço poder ajudar e dar pelo menos um momento de alegria e descontração a quem precisa. O mais incrível ainda é receber tudo em troca, deles que nem nos conhecem.
• O que o voluntariado representa na sua vida?
Significa muito pra mim, e faz com que eu mantenha o legado da minha mãe. Ela sempre dizia: mesmo que você tenha um pouco, o multiplique para os outros. Minha mãe sempre foi uma pessoa que dava o que tinha para os outros e isso eu carreguei para mim. Dedicar um tempo ao próximo é muito melhor do que fazer algo para si. Por isso, digo com certeza que o voluntariado é uma das coisas mais importantes da minha vida, ajudou a moldar meu caráter. Faz com que eu veja a necessidade do próximo, e enxergue que nem tudo é problema. O voluntariado não custa nada, é de graça. Um abraço, um sorriso, um carinho, a gente dá, não cobra.
Carolina Chaves da Silva: carolina@jornalahora.inf.br