Somos Nações, 25 e Santo Antônio. Muito prazer

Lajeado - Nações, 25 e Santo Antônio

Somos Nações, 25 e Santo Antônio. Muito prazer

A quinta edição do caderno Mapa da Cidade imergiu nas entranhas de três dos bairros mais carentes de Lajeado: Santo Antônio, Morro 25 e Bairro das Nações. As mazelas acentuadas nesses pontos do outro lado do Arroio Saraquá destoam de regiões mais desenvolvidas da cidade, e são desafios ainda maiores para os gestores. Expressam um crescimento desordenado de comunidades que clamam pelo serviço mais básico. De melhor nessas localidades, destaca-se o espírito comunitário e a solidariedade, traduzida nas ações sociais realizadas por voluntários

Somos Nações, 25 e Santo Antônio. Muito prazer
Lajeado

A conversa ocorreu na sede da Igreja Assembleia de Deus, no bairro Santo Antônio. Pelo governo municipal, estavam presentes o chefe do Setor de Projetos Especiais, Isidoro Fornari, e o secretário de Trânsito e Segurança Pública, Paulo Locatelli. Além deles, também estavam presentes o ouvidor da prefeitura, Gunther Meyer, e o chefe da Defesa Civil, Heitor Hoppe.

Para representar as comunidades, foram convidados os presidentes das associações de moradores dos bairros Morro 25, Lurdes da Silva; do Santo Antônio, Pedro Antônio Alves; e das Nações, Nardi da Costa Pereira.

Lurdes foi a primeira a se manifestar. Foi o primeiro “desafio” dela como representante oficial dos moradores do Morro 25. Entre as demandas principais, cobra a construção de uma porta de emergência junto ao ginásio de esportes e eventos do bairro. Segundo ela, em função dessa ausência, muitas festas deixam de ser realizadas no local. “Não conseguimos fazer eventos grandes”, reforça.

Ainda de acordo com a líder, a instalação da porta poderá ser feita com recursos da própria associação de moradores. Entretanto, eles aguardam pelo aval da prefeitura para iniciar a obra. Referente ao ginásio de esportes, Lurdes solicita aumento do prédio para fazer uma copa e outro espaço para guardar mesas e cadeiras. “Precisamos aumentar o nosso ginásio. Fica muito tumultuado quando tem festa.”

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A presidente pede também melhorias na estrutura da câmara mortuária. Entre essas, sugere a construção de um telhado na parte da frente, bem como a instalação de um novo piso, para dar mais conforto às famílias que utilizam o espaço. “Quando chove, não tem onde o pessoal sentar e ficar esperando”, reforça.

Lurdes também cobra um programa de arborização do bairro Morro 25, principalmente em volta do ginásio. “É tudo muito aberto, sem sombra e sem nada. Se nos derem as mudas, se a prefeitura nos ceder, nós mesmos nos prontificamos a plantar e manter essas novas árvores”, garante ela.

Outra reivindicação apresentada pela presidente do Morro 25 é sobre a falta calçamento em diversos trechos de ruas principais. Entre essas, cita uma parte da Rua da Divisa, que faz a interligação com o bairro Nações, próximo à curva que dá acesso à Travessa Santo Antônio. “Reclamam de muito da poeira e da lama, e a prefeitura retirou um quebra-mola construído pelos próprios moradores.”

Os moradores, segundo ela, também reclamam dos recorrentes serviços realizados pela Secretaria de Obras no bairro. “Eles patrolam e largam pedras por cima. Isso não adianta. Tem morador que dá graças a Deus quando chove, para retirar essas pedras.” A comunidade também reclama de falta de encanamento de esgoto e rede de água, demora na troca de lâmpadas em diversos pontos, e necessidade de fechamento de valetas em vias públicas.

Transporte público deficiente

A presidente quer ainda novas paradas de ônibus. Conforme ela, o governo solicitou um levantamento por parte da associação. “Fui pessoalmente falar com secretário e ele me pediu para eu fazer um levantamento de quantas estruturas são necessárias no nosso bairro. Então eu afirmo: faltam todas. Precisamos de pelo menos sete novas paradas. E muitas precisam ser arrumadas. Tem buraco em cima e nos dias de chuva é um caos.”

Também há dificuldades com a escassez de linhas de ônibus. “No posto de saúde, por exemplo, os pacientes que precisam ir para outras instituições de saúde, como a UPA, encontram sérias dificuldades para conseguir horários para tal.” E nem sempre é preciso chamar uma ambulância, pois não são emergências, reforçam os moradores.

“Estamos encaminhando projetos”

Fornari respondeu as primeiras demandas apresentadas pela representante do Morro 25. Segundo ele, diversos projetos já estão em andamento para resolver uma série de problemas já verificados no bairro. O primeiro desses, explica o chefe do Setor de Projetos Especiais, prevê novas pavimentações.

“Estamos encaminhando projetos significativos para angariar recursos via financiamento para realização de diversas obras de pavimentação, principalmente. Há reivindicações para obras nos três bairros. É um compromisso do governo, do prefeito, de iniciar um projeto de melhor interligação entre os bairros Nações e Morro 25, e também um projeto da rua Equador, ligando com a FOK, tudo pavimentado.”

Debate entre representantes de associações de bairros e do poder público ocorreu em janeiro

Debate entre representantes de associações de bairros e do poder público ocorreu em janeiro

São locais onde, segundo Fornari, passam diversos caminhões da prefeitura, de particulares, e ainda ônibus do transporte coletivo. “Vamos fazer com recurso próprio. Acabar com a poeira”, reforça o agente público.

Segundo ele, essas vias também serão contempladas com novas paradas de ônibus. “Estamos fazendo levantamento. Haverá R$ 1 milhão para isso, em toda a cidade. Vamos tentar solucionar os problemas desses três bairros. Mas é uma demanda contínua. Sempre surgem novas necessidades, como com a construção dos novos prédios populares no Santo Antônio”, ressalva.

O representante do governo municipal também confirma apoio para auxiliar no programa de arborização dos bairros. Para ele, é uma demanda fácil de resolver. “É uma questão mais simples de solucionarmos. Vamos repassar as mudas e a associação faz o resto. Essa parceria entre prefeitura e comunidade, associação de moradores, é o mais importante.”

Já sobre as linhas e horários de ônibus, Fornari ressalta a necessidade de aguardar pelo primeiro processo licitatório para esse serviço na história de Lajeado. Conforme ele, a intenção do Executivo é abrir a concorrência ainda neste primeiro semestre, mas alerta para a possibilidade de protelamentos em função de possíveis reclamações por parte dos concorrentes.

“A questão dos ônibus é um assunto que vem sendo tratado há bastante tempo. Neste momento, iniciamos um novo estudo para realizar a concorrência pública. Para toda a cidade. Haverá a possibilidade de outras empresas assumirem, ou as atuais podem vencer o edital. Fato é que haverá considerável melhora no serviço disponibilizado à sociedade”, diz.

Também presente no debate, o agente de trânsito, Jeferson Dick, está designado para atuar na questão do transporte coletivo. Segundo ele, as empresas querem “poupar ao máximo” e, diante disso, é preciso verificar com atenção a forma de cumprir certas demandas. “Fizemos levantamento de paradas ociosas. Vamos tirar algumas da Beira Rio e uma da Arnoldo Uhry, próxima ao Cedro. E vamos colocar próximas ao Novo Tempo”, resume.

“É importante mantermos parcerias com a comunidade”

Ainda sobre as demandas levantadas por Lurdes, o agente público cita que a questão da porta de emergência do ginásio está acertada. “Vamos ver qual o melhor local para abertura da porta. A associação tem o recurso. Mas vamos ver se de repente a prefeitura cede o material, e a associação se compromete com a mão de obra.”

Para ele, é cada vez mais importante incentivar essas parcerias entre associações de moradores e poder público. “Acreditamos que essas são a melhor sistemática para resolver esses problemas mais pontuais dos bairros. Isso porque às vezes a prefeitura faz tudo e as pessoas não dão valor. Estragam e quebram. Quando a própria sociedade constrói, há uma valorização maior por parte dos usuários”, acredita ele.

Diante disso, Fornari anuncia que, no próximo mês, o ginásio do Santo Antônio será fechado com tijolos nas laterais, em um convênio com a associação, para que ela gerencie isso. “A obra será custeada mediante uma parceria com um supermercado, por meio de permuta de uma outra área, no bairro São Cristóvão.”

Dezenas de moradores participaram do debate no Santo Antônio

Dezenas de moradores participaram do debate no Santo Antônio

Já sobre as câmaras mortuárias, Fornari esclarece que é necessário, antes de qualquer investimento público, analisar como e por quem o local vem sendo utilizado nos últimos anos. “As câmaras foram construídas no governo do nosso partido. Quando fizemos, em parceria com moradores, tínhamos um compromisso da diocese de que aquele local não atenderia apenas os católicos, mas, sim, todas as religiões. Isso ficou definido em documentação.”

Segundo ele, o governo só investirá em obras de melhorias no local se esse acordo ainda estiver vigente. “Se esse documento não estiver vencido, vamos fazer esse investimento. Caso contrário, será novamente debatido. Mas não vejo grandes dificuldades para esse empreendimento. Só tem que ser uma câmara comunitária”, reforça.

Faltam agentes comunitários de Saúde

Todos os presidentes de bairros reclamam de problemas na área da saúde. No Morro 25, por exemplo, o posto de saúde carece de mais médicos e profissionais. Segundo moradores, a médica atual faz 20 horas semanais e a outra “está realizando um quebra galho”. No local, são atendidos também os moradores do Nações. “É insuficiente, pois o local atende dois bairros”, resume Nardi.

Ainda de acordo com o presidente da Associação do bairro das Nações, os moradores também se queixam da falta de agentes comunitários de saúde nesses dois bairros. “A população anda reclamando bastante, pois os profissionais mantinham um vínculo importante com as comunidades”, acrescenta.

Nesse bairro, esses profissionais estão ausentes desde novembro. “Mas não recebo visitas faz mais de meio ano”, alerta Lurdes. Segundo o Executivo, o Morro 25 está com uma agente a menos em relação ao número anterior, e o bairro das Nações, que só tinha um, não tem qualquer atendimento nesse sentido.

No bairro Morro 25, moradores reclamam da constante falta de médicos e agentes comunitários.                          Já no bairro das Nações, sequer existe um posto de saúde

No bairro Morro 25, moradores reclamam da constante falta de médicos e agentes comunitários. Já no bairro das Nações, sequer existe um posto de saúde

Sobre os médicos e agentes comunitários de saúde, Fornari explica que o governo quer mudar a prestadora de serviço no município. “Hoje ainda é o Instituto Continental de Saúde (Icos), mas estamos fechando com a Univates para que a instituição assuma a gerência desses serviços, e seja responsável pela contratação desses servidores. Vamos usar os professores de Medicina para assumir os postos de saúde. A tendência é melhorar o atendimento. A gente sabe das dificuldades.”

Nardi reforça a necessidade urgente de melhorias no Nações. “Estamos à deriva na questão da saúde. E fica trocando todo dia de médico. Um dá receita para medicamentos, outro não dá. Além de não ter agente. A nova médica está lá desde novembro. Ainda é pouco tempo para construir um vínculo. No governo passado, dois médicos faziam reuniões mensais no ginásio para diversos atendimentos. Queríamos isso de volta.”

Fornari lembra ainda que já está aberta a licitação para construir um novo posto de saúde no bairro Santo Antônio, o que, segundo ele, deve diminuir as demandas nos espaços instalados em bairros vizinhos. “Está aberta concorrência. Até porque o conjunto habitacional popular Novo Tempo trouxe uma nova população. O novo posto de saúde ficará em frente ao loteamento popular. Para não acumular no Morro 25 e outros bairros vizinhos”, pontua.

Ainda sobre o Novo Tempo I e II, e também relacionada às questões sanitárias e de saúde pública, moradores reclamam que, por volta das 19h, “não dá para aguentar cheiro da fossa que sai dos novos prédios populares”.

Novo projeto para pavimentação “solidária”

Diante das constantes reclamações referentes à falta ou à cobrança pelas pavimentações de ruas realizadas naquela região, Fornari quer sugerir ao prefeito a criação de um novo modelo comunitário para esse tipo de empreendimento. Segundo ele, a ideia é repassar todo o material e deixar a mão de obra sob responsabilidade dos próprios moradores.

Presidente da associação do bairro Santo Antônio, Alves alerta para as recentes cobranças de contribuição de melhorias recebidas por alguns moradores. Segundo ele, muitos estão reclamando da cobrança, que estaria chegando após cinco anos do fim das obras. “Outros reclamam a falta de condições para quitar a dívida.”

No bairro Santo Antônio, diversas ruas ainda carecem de pavimentação. Moradores reclamam da poeira

No bairro Santo Antônio, diversas ruas ainda carecem de pavimentação. Moradores reclamam da poeira

Fornari explica que ainda é possível encaminhar protocolo para verificar a possibilidade de anular ou não tal cobrança. Lembra, ainda, os diversos descontos e até isenções destinadas aos proprietários de imóveis em situação de vulnerabilidade social. “É possível encaminhar protocolo para verificar a possibilidade de anular a dívida, ou para isenções e descontos, dependendo da situação familiar”, reforça.

Sobre a nova proposta, ele explica que a intenção é criar um modelo de pavimentação no qual o município ajude com material e a própria comunidade encontre pedreiros dentro dos bairros para realizar o serviço. “Seria necessária uma nova lei, em função de muitas famílias com poucas condições financeiras para o calçamento comunitário. Principalmente naquela rua que interliga o Nações com o Santo Antônio. Vamos levar essa ideia ao prefeito’, pontua.

No bairro das Nações, por exemplo, os moradores cobram melhorias no calçamento da av. Brasil, a principal do bairro. Hoje, segundo os usuários daquela via, os paralelepípedos estão soltos, há diversos desníveis e o ideal seria a aplicação de uma camada de asfalto.

Segurança pública e guarda municipal

Secretário de Segurança Pública, Locatelli explicou sobre todos os planos previstos para o município, e que trazem melhorias, também, aos bairros Santo Antônio, Nações e Morro 25. “Queremos melhorar a qualidade de vida de todos aqui”, resume o agente da prefeitura.

Segundo ele, o governo trabalha de forma cronológica na questão da segurança pública. “Quando assumimos, fizemos análise de risco. Juntamente com outros órgãos da polícia, verificamos que a principal área de risco do município fica na região do presídio. Ali nós aumentamos para sete câmeras, e instalamos um identificador de movimento sobre os muros. Também colocamos câmera de reconhecimento facial naquele ambiente.”

Locatelli explica que todas essas tecnologias podem ser expandidas para os bairros com maiores dificuldades de segurança. “Também há câmeras de leitura de placas. Qualquer carro clonado, roubado, em desacordo com a lei, ao entrar no nosso município, será reconhecido. A ideia é cercar o município, utilizando as principais entradas para esse monitoramento. Entre esses, as entradas pelo Nações, por exemplo, ou pela av. Beira Rio, pelo Morro 25 e Santo Antônio.”

O secretário confirma que esse cercamento eletrônico deve ocorrer muito em breve. “É prioridade para o prefeito. Vamos licitar o cercamento de todas as entradas de Lajeado, em locais com mais vulnerabilidade. O prefeito colocou como meta o aumento da tecnologia, e também o novo quartel do Corpo de Bombeiros, mas esse no bairro Montanha.”

Locatelli também faz questão de ressaltar a importância das chamadas “ações integradas”, realizadas em conjunto pelas polícias rodoviárias, Civil, Brigada Militar e agentes municipais de trânsito. Sobre isso, atenta para a importância de os moradores registrarem Boletins de Ocorrência (BO) para toda e qualquer perturbação ou crime.

“Ouvimos muitos elogios sobre nossas ações integradas. Envolvendo todas as forças policiais. Foram seis em vários bairros. E escolhemos os locais de acordo com as demandas, com os registros da polícia e os Boletins de Ocorrência. E por isso é importante que vocês sempre façam o BO ao verificarem os mais diversos crimes. Sem esse BO, a gente pouco fica sabendo sobre o que ocorre em cada região da cidade. Isso fortifica nossas ações em conjunto.”

Ainda sobre ações conjuntas, Locatelli comenta sobre uma simulação de incêndio na escola FOK, no Santo Antônio, realizada em 2017. “Ao ensinar os jovens, acreditamos que estamos mudando a sociedade como um todo. Foram mais de 400 crianças envolvidas. E fizemos aqui em função da vulnerabilidade. A gente fica mais forte quando trabalhamos juntos. Poder público e comunidade.”

No bairro, moradores demonstram preocupação com possíveis incêndios, em função da dificuldade de os caminhões chegarem a determinadas áreas mais carentes, principalmente as invadidas com pouca infraestrutura viária.

Insegurança preocupa moradores dos três bairros. No Nações, comunidade clama por mais patrulhamento por parte da BM

Insegurança preocupa moradores dos três bairros. No Nações, comunidade clama por mais patrulhamento por parte da BM

Guarda municipal ainda em pauta

Locatelli alerta sobre a escassez de soldados da Brigada Militar em todo o RS, e também em Lajeado. Sobre isso, comemora o fato de o município ter fechado acordo para sediar, nos próximos meses, um curso de treinamento para 250 agentes da BM, que depois atuarão em todo o estado. “Mas farão estágios no município. Nem todos ficarão aqui, mas neste período haverá melhoras na nossa segurança.”

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Ainda sobre a falta de policiamento ostensivo nas ruas, Locatelli garante que o projeto de instalação de uma guarda municipal ainda segue em debate dentro da prefeitura, mesmo com parte do alto escalão se posicionando contrário ao empreendimento. Inclusive essa medida consta no Plano de Governo do prefeito, divulgado no site do Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

“A gente está bastante consciente de que uma das soluções é a guarda municipal. Isso está sendo bem-feito em outras cidades do nosso estado. Uma guarda é necessária, mas, em termos de cronologia, nossa gestão primeiramente quer fortalecer as instituições já existentes. Depois, como já dito, a tecnologia. E ainda dobrar o numero de ações integradas.”

Segundo o secretário de Segurança, somente após estarem atendidas essas três demandas é que o poder público iniciará estudos para possível implantação de uma guarda municipal. “Após tudo isso, sim, vamos iniciar um plano, um orçamento, para verificar a possibilidade de uma guarda municipal. Eu sou favorável”, pontua.

Locatelli também auxiliou alguns moradores que têm dúvidas em relação ao serviço telefônico 190, da BM. Segundo o proprietário de um imóvel no bairro Morro 25, sempre que ele liga para o serviço, a ligação é transferida para o quartel de Cruzeiro do Sul. “Isso ocorre devido à proximidade das antenas e do bairro com o município vizinho. “É preciso conseguir o telefone direto da sala de operações da BM.”

Na área invadida do Santo Antônio, há pouca segurança para os moradores

Na área invadida do Santo Antônio, há pouca segurança para os moradores

Aproveitamento do Ciep, nova creche e ginásio

O chefe de Projetos Especiais da prefeitura também traz uma novidade. Segundo Fornari, o governo estuda a possibilidade de firmar um convênio com o Estado para utilizar salas ociosas do Ciep, no Santo Antônio, para instalação de uma nova creche para atender aquela nova demanda gerada no bairro.

“Estamos verificando a possibilidade de utilizar o Ciep para uma nova creche, ver se comporta na estrutura. Vamos tentar uma parceria com o Estado para usar uma parte do Ciep. Muitas salas de aula estão ociosas. E, caso não funcione dessa forma, o governo construirá uma creche nesta região. Seja com dinheiro próprio, ou com recurso federal. Mas vamos fazer.”

Fornari também respondeu aos questionamentos sobre as condições da escola Oscar Koefender (FOK), no bairro das Nações. Lá, a principal reivindicação é pela construção de um ginásio de esportes para os alunos. Entretanto, o agente público considera muito difícil concretizar essa demanda.

“A falta de espaço físico dificulta. É um aperto na área. Ela não comporta. Tentamos comprar o terreno vizinho, mas não foi possível. Se construirmos um ginásio, acaba com o pátio. Talvez a solução seja a construção de um telhado sobre esse pátio”, pondera o agente público.

Nova área de lazer para os três bairros

O governo estuda a implantação de uma grande área de lazer envolvendo os três bairros. A possibilidade mais concreta, segundo Fornari, é utilizar uma área próxima à FOK, na esquina entre a av. Bernardino Pinto e a Travessa Saidan. “Queremos desenvolver uma grande praça, uma grande área de lazer e recreação para unir os três bairros. Queremos entregar isso dentro dos próximos três anos desta nossa gestão.”

Áreas de risco e deslizamento de terra

Locattelli falou ainda sobre o trabalho realizado pela Defesa Civil no município. “Ela trabalha em três fases. Havendo um evento adverso, um desmoronamento, enchente ou afins, já temos licitado horas de caminhão para retirada de famílias, alimentação para os desabrigados e outro kit para quando voltarem para suas casas.”

Entretanto, o governo municipal não considera nenhum dos bairros como ‘área alagável’. “Já em relação a movimento de terra em algumas áreas com residência, seria necessário análise de um geólogo para melhor opinar.”

Geração de empregos e novas empresas

Uma das principais queixas dos moradores é a falta de oportunidade de empregos dentro dos próprios bairros. É isso que também vem sendo debatido na formulação do novo Plano Diretor: cidades mistas. Entretanto, Fornari faz um alerta. “A iniciativa é privada. Não podemos forçar o empreendedor a escolher o bairro. Mas o Plano Diretor contempla a av. Beira Rio para abertura de grandes empresas, bem como a ERS-130. Há espaços. Mas depende muito mais do empreendedor”, resume.

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