Dez meses após serem exumados dos sepulcros, restos mortais de 126 pessoas foram transladados ontem para 34 ossários do Cemitério Municipal do bairro Florestal. O serviço de remoção e organização dos corpos foi feito por servidores do município, enquanto o fechamento dos túmulos ficou por conta de uma empresa contratada.
Guardados até então em três carneiras, os restos estavam depositados em sacos especiais, identificados com etiquetas. Do total, 24 estavam sem informações para reconhecimento, já que no momento da retirada não havia inscrições nas lápides.
Ontem, eles foram divididos de acordo com o tamanho. Cada ossário recebeu de quatro a sete ossadas. Segundo informações do município, o serviço foi feito só agora por conta da construção das gavetas. Elas ficaram prontas apenas no mês passado.
No total, foram feitos 300 novos espaços, sendo 44 ossários e 256 gavetas – parte delas já ocupada por pessoas que morreram recentemente. A administração investiu R$ 341 mil na obra, e outros R$ 39 mil na exumação.
Familiares acompanharam
O translado foi acompanhado por cerca de 25 familiares. Em abril do ano passado, quando os restos haviam sido removidos dos sepulcros, parte deles havia reclamado da falta de comunicação do município. Alegavam que não teriam sido avisados da retirada dos corpos. Alguns até ameaçavam processar a administração.
Em contraponto, representantes do governo afirmaram que teriam publicado o ato em jornais e procurado as famílias, que foram chamadas a comparecer na Secretaria do Trabalho Habitação e Assistência Social (Sthas). Os nomes também teriam sido fixados nas unidades básicas de saúde. Na época, as exumações foram feitas para possibilitar a construção das gavetas.
Novas remoções
Outras exumações estão previstas para este ano, à esquerda das gavetas já construídas. Porém ainda não há data, nem número de espaços a serem edificados. O objetivo maior é ampliar o tempo de uso do cemitério. Em 2017, os locais para sepultura estavam praticamente esgotados. Ao longo dos anos, outras obras no mesmo molde devem ser feitas, até ocupar todo a área do local.
Carolina Chaves da Silva: carolina@jornalahora.inf.br