Até o fim do ano mais de 100 produtores, cuja média diária de produção é de apenas 50 litros, podem abandonar a atividade. A projeção feita pela Emater leva o Executivo a tomar atitudes mais drásticas.
Conforme o prefeito Paulo José Grunewald, assim como outros municípios da região, uma das medidas estudadas é o decreto de calamidade pública em razão dos baixos preços pagos e o endividamento causado pelos calotes de indústrias. “Alguns produtores receberam R$ 0,67 por litro no último mês. Precisamos agir e buscar soluções concretas. Em um ano o setor deixou de movimentar R$ 6 milhões na economia local”, calcula.
Está agendada para hoje, a partir das 8h30min, no auditório da prefeitura, uma reunião para discutir alternativas para a crise.
Cenário é crítico
Segundo o chefe do escritório da Emater, Arthur Eggers, muitos agricultores desistiram da produção nos últimos dois anos em razão da queda no preço e falta de pagamento.
Outro fator preocupante é o elevado número de famílias com baixa produção mensal. “Dos 223 produtores, em 115 propriedades a média diária é de apenas 50 litros. Estes serão excluídos, caso deixem de receber orientação técnica”, observa.
De acordo com o gerente regional da Emater em Lajeado, Marcelo Brandoli, a queda do preço do leite levou os 36 municípios do Vale do Taquari a prejuízo de R$ 250 milhões, no ano passado.