Até o fim do mês, as redes de ensino voltam às atividades. Exceto algumas escolas estaduais, impactadas pela longa greve dos professores no segundo semestre, nas quais o ano letivo de 2018 começa mais tarde.
O Vale tem índices de escolaridade acima da média nacional. Ainda assim, bem abaixo das nações onde a educação é exemplar. Urgentes e inadiáveis medidas deveriam ser adotadas para proporcionar as evoluções necessárias. O alerta mais recente vem do Censo Escolar da Educação Básica 2017. Eles chamam atenção para gargalos inquietantes que precisam – ao menos deveriam – ser enfrentados.
O principal surge no período entre o 9º ano do Ensino Fundamental e o início do Ensino Médio, etapa em que um percentual elevado demais de alunos suspende os estudos. Enquanto deveriam dar um passo em direção à preparação ao mercado de trabalho, entram para a lista preocupante de evasão escolar, mesmo com vagas sobrando nas instituições.
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Um outro dado, ainda mais espinhoso, divulgado pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC), mostra queda no número de alunos no ensino básico. A situação se repete nos últimos anos, sem que nada tenha sido feito para detê-la. A reforma do Ensino Médio, implementada no ano passado, ainda não surte os efeitos esperados. O resultado virá mais adiante. Enquanto isso, estudantes que chegam a esse limiar entre as duas etapas de aprendizado sem consciência da importância da educação para a vida continuarão prejudicados.
É inaceitável que, mesmo identificando as razões para níveis tão elevados de evasão da escola, o país não se disponha a enfrentá-las, comprometendo o futuro de sucessivas gerações. As causas da desistência começam pelo atraso na alfabetização, continuam com níveis excessivos de repetência e culminam com um acentuado desajuste entre idade e série cursada. Soma-se, ainda, a baixa qualidade do ensino de maneira geral, que serve de desestímulo para o ingresso no Ensino Médio.
Sobram números e estatísticas que sustentam a urgência de um avanço na área educacional, com foco nas séries iniciais para evitar dificuldades à medida que os alunos crescem. A evasão escolar, especialmente daqueles em transição para o Ensino Médio, precisa ser encarada com seriedade e rapidez.
Editorial
Evasão que preocupa
Até o fim do mês, as redes de ensino voltam às atividades. Exceto algumas escolas estaduais, impactadas pela longa greve dos professores no segundo semestre, nas quais o ano letivo de 2018 começa mais tarde. O Vale tem índices de…