Monitores, professores, direções da rede municipal de ensino e autoridades lotaram ontem o Teatro Univates na abertura do ano letivo. A palestra “Cérebro e Aprendizagem: um diálogo entre neurociência e educação” foi o foco do evento.
O encontro teve como palestrante a médica Leonor Bezerra Guerra, doutora em Ciências e especialista em Neuropsicologia. Ela é formada em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e coordena o projeto NeuroEduca.
Leonor falou de vários aspectos do funcionamento do cérebro, principalmente do sistema nervoso e como o conhecimento dessa área pode auxiliar os profissionais da educação no dia a dia. Segundo ela, o aprendizado em sala de aula deve estimular o cérebro a interagir como um todo, de forma a estimular todos os sentidos.
Para a doutora, é importante explicar cada coisa, cada conceito aos estudantes, pois o cérebro precisa entender para aprender. “Só aprendo o que compreendo. O professor deve promover ações para que o aluno tenha realmente compreendido. É perguntando e desafiando que o aluno vai perceber se compreendeu ou não. Criar desafios e situações para os alunos”, diz.
[bloco 1]
Conforme a palestrante, a memória é fundamental para a aprendizagem. Quanto mais reativar os circuitos e as memórias, maior a neuroplasticidade do cérebro. Tal conceito trata sobre como o sistema nervoso e como as interações e experiências acabam formando o comportamento e estimulando o aprendizado.
Outro ponto abordado trata da reexposição em relação aos conteúdos, o que auxilia no processo de aprendizagem. Essa retomada, segundo Leonor, consolida a aprendizagem. Estudar um pouco por dia e intercalar conteúdos auxilia na fixação do conhecimento.
Volta às aulas
Para a professora da Escola Municipal de Ensino Fundamental Campestre, Marlise Anderle, 55, a atividade foi proveitosa. “Foi muito boa. Sempre é bom rever conceitos”, salienta.
Outra docente, da Escola Municipal de Educação Infantil Criança Alegre, Mirian Duarte, 51, definiu a palestra como marcante. “Achei bem interessante. É uma maneira de repensar o aluno e se colocar no lugar da criança”, diz.
Conforme a secretária de Educação, Vera Plein, a palestra foi um momento de aprendizado, de formação e de celebração para os profissionais. “Queremos debater um tema de ponta, que é a neurociência, para qualificarmos ainda mais a nossa excelente rede e podermos oferecer uma educação de qualidade cada vez melhor aos nossos alunos”, comenta.
Nesta segunda-feira, 19, cerca de seis mil estudantes do Ensino Fundamental começam as aulas nas escolas municipais. A rede conta com 23 escolas infantis, 18 de Ensino Fundamental e seis projetos Vida.

Teatro Univates ficou lotado. Palestrante afirma a necessidade de os professores desafiarem os alunos, criando situações para manter a atenção deles e, assim, impactar sobre a aprendizagem
“O que você espera deste ano letivo? Qual seu principal desafio? Em que a palestra ajudou?”
“Espero um ano mais calmo. Que os professores tenham mais consciência e calma para lidar com os alunos. O desafio é conseguir melhores máquinas para trabalhar com eles e programas novos. Quanto à palestra, muito boa porque falou bastante de comportamento.”
Valdemir Vanzetta, 52. Professor de informática da Guido Arnoldo Lermen e da Vida Nova
“Espero que seja bom em todos os sentidos, principalmente com essas mudanças em todo o sistema de educação. A aprendizagem é o maior desafio. O assunto abordado foi importante.”
Camila Markus, 27. Monitora da Sabor de Infância
“Espero que essas mudanças que estão ocorrendo seja para melhorar. O principal desafio é buscar novos conhecimentos. A palestra fez a gente compreender como buscar estratégias para ajudar as crianças e ver o quão válido é o trabalho realizado em sala de aula.”
Jucelaine Bariviera, 29. Professora da Sabor de Infância
“Que seja um ano proveitoso e que as crianças se sintam bem, os pais seguros de que os filhos estão em boas mãos. Que o trabalho seja satisfatório para todos. Todo o ano é um desafio em cada turma nova. Precisamos estar sempre inovando e nos atualizando. Foi bem interessante a palestra, pois é um tema complexo e com exemplos práticos a palestrante nos fez compreender a prática com a teoria.”
Renata Vieira, 36. Professora da Cantinho Infantil
“Espero que seja bom e que os alunos aprendam. Com as palestras temos subsídios para melhorar. O desafio será incluir os alunos para que todos possam aprender de forma igual.”
Maria Justina Bitdingr, 55. Professora da Lauro Müller e da Fernandes Vieira.
“Atingir os alunos na aprendizagem e fazê-los pensar nas coisas boas da vida. A palestra foi super importante para entender o processo de aprendizagem e as possibilidades que existem.”
Ivete Gonzatti, 55. Professora da escola municipal Oscar Koefender
Gisele Feraboli: gisele@jornalahora.inf.br