O shopping já faz parte da história

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

O shopping já faz parte da história

Todo lajeadense de carteirinha deve ter alguma história para contar referente ao shopping inaugurado lá nos idos de 1994. Tenho várias dessas. Boas e más. Outras impublicáveis. O complexo comercial já está enraizado na nossa cultura, no nosso cotidiano. Seria uma verdadeira lástima se, após quase 25 anos de história, as portas desse importante empreendimento fechassem. Eu torço e muito para que isso não aconteça.
Quando o shopping foi inaugurado, em 30 de novembro daquele ano, eu estava com pouco mais de 12 anos de idade. Mas lembro bem do frisson causado em toda a nossa cidade e municípios vizinhos. Era algo novo, naquele período final de governo comandado pelo (eleito) vice-presidente, Itamar Franco.
Eram épocas de muitas incertezas. O Plano Real era recente. E o próprio governo federal alertava para a necessidade de nós, brasileiros, não gastarmos naquele momento, pois o preço de quase tudo estava por baixar nos meses seguintes. Ou seja: um cenário ainda ruim para um empreendimento novo e tão grande. Afinal, abrir comércio diante de um povo alertado para não gastar é, sim, um risco.
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Mas e daí? Lajeado e o Vale do Taquari têm na veia o empreendedorismo. Não nos tornamos polo moveleiro ou dos alimentos – só para citar alguns exemplos – à toa. E assim foi. Assim, mais de 50 empreendedores arriscaram suas economias e sortes no (até hoje) único shopping da região.
Desde então, e diante das dificuldades que parecem sempre se multiplicar, o shopping foi se moldando. Se aperfeiçoando. Errando, por vezes. Alterando atrações, sempre em um esforço quase incomum para angariar novos clientes fiéis. E nestes 24 anos de história não foram poucas as novidades.
Logo de cara, o complexo nos brindou com o Unibowling. Quem não lembra? Eram pelo menos seis ou sete pistas para a prática de boliche. Tudo muito moderno, principalmente para aquela nossa Lajeado da época. O espaço estava sempre cheio, principalmente à noite, quando o local também reservava boas festas para o público da região. Eu, com 12 anos, só espiava a movimentação noturna pelo lado de fora. E, lá dentro, tudo parecia muito divertido.
Tempos depois, uma novidade ainda mais peculiar para a nossa Lajeado: havia uma pista de kart no subsolo do shopping. Sim, é verdade! Entre os carros estacionados, era possível realizar uma empolgante corrida na companhia dos amigos. E o ronco dos motores era forte. Nessa época, e com quase 15 anos de vida, eu já não ficava mais tão à espreita e podia aproveitar – sem censura – a nova opção.
Os anos foram passando e a relação com o shopping sempre se manteve. Ora para bebericar um trago com os amigos na antiga praça de alimentação, ora para assistir a um filme no cinema velho, mesmo sabendo que, em outras cidades maiores, a mesma película já se encontrava disponível nas videolocadoras. Aliás, era essa nossa piada quando nos referíamos ao antigo cinema. Mas e daí? Tinha pipoca. Era escuro. E a gente se divertia assim mesmo!
Hoje, com 35 anos de idade, já cansei de levar meu filho para a praça de brinquedos. A gente costuma almoçar pelo menos uma vez por semana no shopping, pois é vasta e qualificada a oferta por lá. Hoje, sou mais um confirmando que diferentes gerações já viveram e ainda vivem esse mesmo shopping. Não é pouca coisa. Isso é história. Ínfima? Talvez.
Mas é história. É história rica e eu aprendi, desde os meus longínquos 12 anos, a respeitar o que fez e singularmente ainda faz parte da nossa história. Aliás, todos deveriam fazer o mesmo, deixando a torcida contrária só para quem não faz parte desta história.


Só 12 horas de trabalho no Uber

Conforme notícia do The Washington Post, o diretor de gerenciamento do Uber, Sachin Kansal, disse que os motoristas do aplicativo não poderão mais fazer jornadas superiores a 12 horas diárias. A justificativa é simples: “Precisamos manter nossos motoristas e usuários seguros.” A nova atualização do aplicativo, válida só nos Estados Unidos, vai limitar a jornada. A nova regra começará a vigorar até o fim do mês.


Cachorro mata pata na lagoa

O servidor da prefeitura e responsável pela área de agricultura em Lajeado, Adi Cerutti, alerta: é preciso tomar cuidado com os animais que habitam o Parque dos Dick, especialmente nas proximidades da lagoa. Ontem, por exemplo, um cachorro fora da guia e sem controle por parte do dono alcançou uma pata que passeava com oito filhotes, dentro d´água. Não deu outra: os pequenos animais ficaram órfãos da mãe.


Quem vai pagar a conta das pavimentações?

Em Lajeado, as cobranças de contribuições de melhorias decorrentes de serviços de pavimentação viária vêm assustando alguns proprietários de imóveis que, diante da falta de informação por parte de gestores públicos, sentem-se enganados. Era esperado. Certas obras são maquiavelicamente anunciadas como “presentes” para os eleitores. Mas a conta chega.
Dito isso, é importante que outros proprietários de imóveis também se atentem para novas promessas de obras viárias. Tudo tem um custo e, usualmente, o custo vai buscar alimento no bolso do contribuinte. Portanto, caro leitor: jamais acredite em “presentes” por parte de governos e governantes. Um dia a conta sempre chega!


Tiro curto

– Em função da ausência momentânea de um supermercado, o horário de abertura do Shopping Lajeado mudou das 9h para às 10h. No momento, três novas redes são sondadas para assumir parte da área que era do Rissul;
– Ontem à tarde, a Casa Paroquial de Itapuca/Anta Gorda foi invadida por criminosos. Foram levados um computador, um aparelho de telefone e valor em dinheiro;
– Lucas Redecker, deputado estadual pelo PSDB, vai buscar o mesmo caminho político do pai, Júlio Redecker. Ele pretende se candidatar a uma vaga na Câmara, em outubro;
– Já pela região, Marquinho Lang (PRB), Renato Horn (PSD), Valmor Griebler (PV), Leandro Vuadem (PR), Mariela Portz (PSDB), Douglas Sandri (NOVO) e Sidnei Eckert (PMDB) são alguns nomes praticamente certos na disputa por uma vaga na Assembleia;
– Em Arroio do Meio, o sacerdote Décio Weber, de 76 anos, e que foi pároco da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro na década de 90, voltou. Ele estava em Santa Cruz do Sul e agora deve atuar como vigário paroquial, substituindo o padre Felipe Bernardon;
– Uma megaoperação foi articulada pelas polícias da região após criminosos roubarem uma arma de um policial fardado, em Estrela. A pergunta é: por que tal movimentação não ocorre quando a vítima é um civil? Ou quando o crime é ainda mais grave?

Boa quinta-feira a todos!

“No mais, mesmo, da mesmice, sempre vem a novidade.”
Guimarães Rosa

 

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