Volta da feira é uma incógnita

Estrela

Volta da feira é uma incógnita

Executivo e Emater estudam um método para garantir espaço para a venda local

Volta da feira é uma incógnita
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As mudanças nas leis sanitárias dificultam a venda de peixes na feira do produtor. Desde a metade do ano passado, o espaço está fechado. A Secretaria da Agricultura (Smag) iniciou reforma no local do evento, anexo à Feira do Produtor Rural, e promete reabri-lo neste ano.

O fechamento ocorreu pela necessidade de adaptar as instalações. “Antes não haviam regras próprias para abate do peixe. Essas novidades complicaram um pouco nosso processo. Achamos melhor parar por um tempo, para analisar melhor como proceder”, diz o secretário, José Adão Braun.

A partir de agora, novos procedimentos serão efetuados, a fim de cumprir as leis e manter o nível de qualidade da feira. A Smag, em parceria com a Emater, também providenciou documentos para ajustes junto ao Estado.

Entre as novas medidas a serem adotadas, está o resfriamento após o abate. Até a suspensão da feira, os consumidores chegavam ao local, escolhiam o peixe. A partir disso, o produtor fazia o abate, a limpeza, tirava as vísceras e entregava o produto fresco.

Com a nova lei, há uma exigência de que após o abate do peixe ele precisaria ficar por duas horas em uma câmara fria. Para atender a norma, mas sem prejudicar o consumidor, o município pretende reforçar a necessidade de resfriamento imediato após a compra.

“Ninguém irá esperar tanto tempo para retirar o produto. Então queremos orientar para que eles mesmos – compradores – façam isso”, diz. Outra necessidade, a partir de agora, é autorização da inspetoria veterinária para transporte dos peixes. Além do abate sem dor. “São questões mais fáceis de resolver, que vamos nos adaptar. Queremos ficar em plenas condições para atender”, garante Braum.

Venda recorde

Lajeado. O movimento foi intenso durante a primeira Feira do Peixe Vivo de 2018, realizada nessa sexta-feira junto à Feira do Produtor. A atividade iniciou às 8h e encerrou às 13h, pois todas as carpas tinham sido vendidas.

Ao todo, foram 500 quilos de peixes ofertados. A piscicultora Isolde Spohr, 66, participou pela terceira vez. Ela e o marido têm sete açudes, com uma média de 300 a 400 quilos de peixe por ano. Eles atuam no segmento faz cerca de 40 anos.

“Aumentou a procura a cada feira. A ideia é termos todos os meses. A próxima será antes da Páscoa”, diz Isolde. Ela e o marido cuidam da produção, mas durante as feiras contam com o auxílio de mais dez pessoas.

O aposentado Paulo Roberto Pflugseder, 57, destaca que já veio outras vezes. “Essas feiras são importantes, pois praticamente não tem peixe vivo à venda senão nas feiras. Aqui o peixe é melhor, mais fresco”, comenta.

A realização é uma parceria da Secretaria do Desenvolvimento Econômico, Turismo e Agricultura e Emater/RS-Ascar. O objetivo do Executivo é ampliar a produção de peixes em Lajeado até 2020 e também tentar regionalizar a feira.

Potencial e parcerias

Conforme a engenheira agrônoma da Emater/RS-Ascar, Andréia Binz Tonin, o potencial para venda de peixes é um atrativo. “Há uma demanda do consumidor. Porém, em função da redução de área rural, não teríamos como produzir para atendê-la, por isso, há a intenção de também tentarmos regionalizar a feira”, comenta.

Andréia menciona ainda que no ano passado os piscicultores de Lajeado participaram de um curso para estimular a produção. Também houve orientações de processo de abate e pratos à base de peixe.

Segundo ela, o projeto está em continuidade e planejamento para este ano.

Gisele Feraboli: gisele@jornalahora.inf.br | Carolina Chaves da Silva: carolina@jornalahora.inf.br

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