Falta de efetivo da BM gera discussões nas redes sociais

Lajeado

Falta de efetivo da BM gera discussões nas redes sociais

Empresário seguiu criminoso pelas ruas da cidade, após identificá-lo. Em contato com a BM, não foi atendido

Falta de efetivo da BM gera discussões nas redes sociais
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Dono de um estúdio de beleza no bairro Florestal, João Carlos Portela, 28, se viu desamparado pelo Estado nesse fim de semana.

A porta do estabelecimento foi arrombada na madrugada dessa sexta-feira, e no domingo, quando ele encontrou o responsável pelo crime, foi avisado pela Brigada Militar (BM) que não haveria guarnição para buscar o criminoso.

“Eu não estava aqui quando o fato aconteceu. Mas como ainda estava acordado, no domingo, resolvi fazer uma ronda por volta das 2h30min, para ver se o encontrava. E não é que ele estava aqui perto, de novo”, comenta.

Portela seguiu o suspeito pelo centro e o viu analisando vários estabelecimentos. Até que, em um deles, tentou entrar. Em contato com a BM, foi avisado da falta de viaturas.

Ao passar em frente à sede da polícia militar, avistou vários veículos. Cerca de 20 minutos depois, entrou em contato novamente, e pediu por socorro, mas a atendente informou que não havia efetivo suficiente. “Eu chorei falando com ela, porque é muito triste o que vivemos. Eu estava andando ao lado dele, e para ele tudo bem. É como se soubesse que nada iria lhe acontecer.”

O relato do empresário foi parar no Facebook no domingo à tarde, e até ontem gerou quase 300 curtidas, 29 compartilhamentos e mais de 50 comentários.

Os posicionamentos eram diversos. Porém a maioria criticava a insegurança da cidade. Outros relatos de furtos foram citados nos comentários, inclusive uma outra tentativa, feita pelo mesmo criminoso, em uma floricultura situada nas proximidades do estúdio de Portela.

O ato também teria acontecido na madrugada de sexta-feira, entre as 5h e 6h10min. O homem teria atirado uma pedra de concreto no vidro do estabelecimento, mas não conseguiu entrar.

Os dois casos foram filmados por câmeras de vigilância. As imagens foram entregues por Portela na Delegacia de Polícia para o registro de ocorrência.

Ele decidiu levar os aparelhos elétricos do estúdio e outros materiais levou para casa, a fim de evitar que sejam furtados.

“É muito complicado. O município se vangloriando que tem R$ 12 milhões de superávit e não consegue colocar uma guarda municipal? Não dá. Só da BM não podemos depender mais”, lamenta.

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Falta de efetivo

Comandante da 1ª Companhia do 22º Batalhão de Polícia Militar, a capitã Karine Pires Soares Brum admite a falta de efetivo, sobretudo neste período da Operação Golfinho.

Ressalta que não faltam viaturas. “O que falta é guarnição para ocupá-las.”

A esperança é que, por meio do Curso de Formação, novos soldados passem a trabalhar na região e ampliar o número de profissionais no policiamento ostensivo.

Apesar da baixa quantia de policiais, ela considera que o trabalho esteja sendo bem-feito.

“Não vamos porque não queremos, mas porque não podemos. Apesar do número de ocorrências ter aumentado, também fizemos prisões importantes.”

Consciência comunitária

Na ocasião relatada por Portela, ela acredita que os profissionais de plantão estivessem atendendo outras ocorrências. “Não podemos selecionar. Então, se chega o chamado, precisamos atender enquanto temos pessoal disponível. Acredito que ele tenha ligado neste período e então não haveria o que fazer.”

A capitã pede à própria comunidade que avalie a necessidade de chamar a BM. “Claro que o ideal é sempre chamar, mas às vezes precisamos atender discussões entre vizinhos, perturbação de sossego, o barulho de um gato. Nesse período, poderíamos atender outras situações mais graves”, comenta.

Em caso de reclamação quanto ao serviço, ela pede o comparecimento à BM.

Carolina Chaves da Silva: carolina@jornalahora.inf.br

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