Falta cheiro de rua aos jornais

Opinião

Adair Weiss

Adair Weiss

Diretor Executivo do Grupo A Hora

Coluna com visão empreendedora, de posicionamento e questionadora sobre as esferas públicas e privadas.

Falta cheiro de rua aos jornais

Jornalista visita A Hora, conhece planos do periódico e alerta sobre o cooperativismo regional
Um dos repórteres mais premiados e conhecidos pelos gaúchos, o jornalista Carlos Wagner, 67, visitou a sede do jornal A Hora na manhã de sexta-feira. Conversou com jornalistas, repórteres e profissionais das demais áreas da empresa sobre o futuro dos jornais. Foi um momento valioso que corrobora para o debate das estratégias do A Hora em relação ao negócio e seus compromissos.
Entusiasta e convicto da enorme responsabilidade que recai sobre os jornais do interior, Wagner enxerga oportunidade ao jornalismo autêntico e crítico fora das capitais. “Os conteúdos precisam ser relevantes. Trazer reportagens que influenciam na vida das pessoas. Falta cheiro de rua aos jornais, em muitos casos”, observou.
Durante toda a manhã, o jornalista compartilhou histórias e experiências da profisssão. Instigou o A Hora para seguir com seu projeto editorial a serviço da região, pautado pela independência editorial e responsabilidade social. “O que me chamou atenção foi o projeto e a visão social de vocês. É isso que me fez voltar os olhos para cá”, confessou.
Diferente do costume, no interior, o jornalismo mais crítico e isento será uma questão de sobrevivência, na opinião do jornalista. “Os jornais perderam espaço, justamente, porque deixaram de fazer o que é importante para as pessoas. Se acomodaram”, salientou.

Wagner, na redação, compartilhou suas experiências de 31 anos na Zero Hora, 38 prêmios e 18 livros publicados

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Diante do recuo dos grandes veículos no interior, Wagner enxerga singular o momento para os veículos locais preencherem a lacuna. “Mas precisam ter coragem de publicar a verdade”, sentenciou.
Um dos assuntos que dominou o almoço com direção e jornalistas foi o cooperativismo regional. Modelo socialmente justo e amplamente difundido na região, Wagner é temeroso quanto ao futuro das cooperativas. Lembrou do drama da Coopave, como exemplo negro da história do Vale do Taquari. Na época, esteve na região durante mais de uma semana para investigar o caso. Lembra que muita gente foi lesada.
“Um dos compromissos da região e do A Hora é evitar que isso se repita. Vocês têm legitimidade para tratar desse assunto com a devida cautela e responsabilidade”, opinou.
De fato, as transformações em curso nas cooperativas locais merecem atenção. E duas razões simples exigem que seja assim: a primeira, pela importância econômica e social, pois movimentam mais de R$ 5 bilhões anuais, empregam mais de dez mil trabalhadores e integram mais de 150 mil associados na região. O segundo motivo é a permanente tentativa de grandes grupos econômicos externos ocuparem esse espaço e desmantelar o ciclo integrado de crescimento experimentado na região.
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Por mais fundamentais que sejam à sustentabilidade regional, as cooperativas sofrem ameaças, seja por fatores externos ou internos. O desafio é profissionalizar as gestões e diminuir cada vez mais o apadrinhamento.
Os altos salários e os desvios de conduta foram o estopim para o fim da Coopave. E o atual modelo não está livre. “Nunca é demais lembrar disso” alertou Wagner.
O presente comentário vem com objetivo de reflexão. Sensibilizar os atuais dirigentes das cooperativas a serem vigilantes às ameaças expostas, bem como estabelecer um debate permanente na sociedade sobre o tipo de cooperativas que devemos preservar no Vale. Eis uma questão de sobrevivência da cadeia produtiva local.
A Hora aposta nas discussões francas. Embora enxergue valor no cooperativismo como um modelo justo e adequado, não fica indiferente diante dos desafios citados. Uma permanente discussão com os atores envolvidos, sejam dirigentes, funcionários e associados, se faz necessária.
Voltando à visita de Wagner. O diretor de Redação, Fernando Weiss, desafiou o jornalista a estabelecer um contato permanente com a região e o jornal.
Após conhecer os projetos em desenvolvimento, e as ações vindouras, Wagner confirmou a vontade em participar da construção do projeto A Hora para fins científicos.
Espero em breve compartilhar novidades!


Expovale regional em 2018

Uma arrojada estratégia deve colocar a Expovale 2018 no centro de grandes debates, em novembro. Alianças nos bastidores pretendem trazer para Lajeado, durante a semana do evento, importantes encontros empresariais. A ideia é retomar o caráter regional com o envolvimento de empresas fora de Lajeado. A recíproca terá de ser verdadeira e a Expovale, igualmente, terá de se abrir para as feiras em sua volta, especialmente as temáticas, como Suinofest de Encantado, Festleite de Anta Gorda, Frangofest de Teutônia, Multifeira de Estrela, entre outras.


O estrago de uma gestão

O Shopping Lajeado é vítima de um imbróglio econômico e judicial que beira a total irresponsabilidade. Apesar das tentativas para reverter a situação, o grupo de empresários à frente das negociações não conseguiu evitar a saída do Rissul, âncara importante faz anos.
A esperança é a mudança definitiva da administração do complexo para um dos sócios minoritários, mais identificado com a realidade local.

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