A abertura de uma empresa própria é sonho de nove em cada dez brasileiros. Seja diante de uma oportunidade no mercado ou da necessidade de ampliar as opções de renda, transformar esse desejo em realidade exige planejamento e perseverança.
De acordo com o gerente de Soluções do Sebrae-RS, Ivandro da Rosa de Moraes, começar um negócio requer uma boa ideia, que desperte no empreendedor a vontade de trabalhar diariamente com isso.
Segundo ele, há dois tipos de perfil com interesse de abrir uma empresa. O primeiro é formado por pessoas que identificam uma oportunidade ou um nicho de mercado e decidem investir mesmo tendo outra renda ou emprego.
O segundo é o de pessoas que empreendem por necessidade devido à ausência de outras alternativas para a subsistência.
“A boa notícia é que, segundo a pesquisa do Relatório de Competitividade Global, o empreendedorismo por necessidade cedeu espaço para o empreendedorismo por oportunidade”, destaca. Segundo ele, hoje 66,7% dos gaúchos e 57,4% dos brasileiros abrem empresas por oportunidade.
Para transformar uma ideia em negócio, a primeira dica de Moraes é visualizar elementos fundamentais para o funcionamento da empresa. Para isso, aponta, é preciso definir quem são os clientes e parceiros, canais, custos e receitas, entre outros fatores.
“O processo vai ajudar a entender a relação entre os aspectos do negócio e a avaliar a maturidade da ideia”, afirma. Conforme Moraes, ao pensar sobre cada etapa, é importante verificar em quais áreas será necessário buscar qualificação empresarial.
Para que a empresa comece a operar, também será necessário solucionar os processos burocráticos, como registrar CNPJ, alvará e demais licenças exigidas, que variam a depender do ramo de atuação. Outro passo fundamental, lembra, é planejar todos os custos fixos e impostos recolhidos na operação.
Recursos escassos
Um dos grandes empecilhos para o início de um negócio é a falta de dinheiro. O gerente de Inovação, Mercado e Serviços Financeiros do Sebrae-RS, Augusto Martinenco, afirma que os recursos financeiros são importantes para dar velocidade e consistência durante a implantação de um novo negócio, mas existem formas de minimizar os custos.
Segundo ele, a busca de parcerias ajuda a otimizar o investimento inicial de um negócio. “Acordos de comodato e permuta podem diminuir a necessidade de desembolsar recursos no início da operação e é possível minimizar despesas em espaços compartilhados e ambientes de coworking.”
Outra dica é trabalhar com os prazos. Martinenco lembra que, quanto maior for a distância entre o prazo de pagamento e o prazo de recebimento, maior será a necessidade de capital de giro.
Recomenda ainda que os produtos e serviços sejam testados por clientes e parceiros, mesmo quando o desenvolvimento não esteja 100% pronto. Outra dica é utilizar a rede de contatos pessoais para divulgar o que a empresa colocará no mercado.
Por fim, recomenda que os resultados iniciais sejam sempre reinvestidos para potencializar o crescimento do negócio. “Se a empresa tem pouco dinheiro em caixa, não caia na tentação de distribuir as sobras e dividendos.”