A safra da fruta iniciou em dezembro e encerra em março na propriedade de Alceu Stacke, em São Jerônimo. Em uma área de 15 hectares, prevê a colheita de 600 mil quilos.
Natural de Marques de Souza, onde mantém o cultivo de hortigranjeiros, Stacke reduziu a área neste ciclo. “Falta mão de obra, o preço oscila muito e a planta é muito sensível”, resume.
Depois de colhida, a fruta é acomodada sobre a palha de arroz na carroceria do caminhão e seguem para mercados do Vale do Taquari e Ceasa de Porto Alegre. O quilo está cotado em R$ 0,70. “É o mesmo preço faz dois anos. Enquanto isso, o custo aumenta. A ação de intermediários e aventureiros traz prejuízos e aumenta o risco de calote. Isso desestimula quem planta”, reclama.
Outra dificuldade é a falta de máquinas para facilitar o trabalho. Apenas a lavração e a aplicação de defensivos é feita de forma mecanizada, o restante, do plantio à colheita, é manual. O investimento passa de R$ 4 mil por hectare. Toda área tem sistema de irrigação, fundamental para garantir o desenvolvimento das plantas.
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Além da melancia, Stacke cultivou 20 mil pés de melão. A expectativa é de colher cem toneladas. O quilo é vendido a R$ 2,50.
Qualidade está excelente
O calibre e o sabor das frutas são excelentes. Algumas chegam a pesar 25 quilos, conta Stacke. As vendas estão em alta por conta dos dias de calor intenso. “A fruta ajuda a refrescar. Vendo em média 200 unidades na tenda às margens da BR-386”, comenta.
Segundo ele, no ciclo passado, o excesso de chuvas prejudicou a lavoura. “Agora é diferente. Temos precipitações mais ou menos regulares e períodos secos prolongados. Tem um maior teor de açúcar nas frutas”, explica.
Área reduz 30%
A desorganização do setor fez a área cultivada reduzir 5,9 mil hectares nos últimos 12 anos no RS. Conforme o técnico em Fruticultura Derli Bonine, em 2005, eram plantados 17,7 mil hectares. Nesta safra, apenas 11,8 mil hectares. A instabilidade do preço é um dos principais motivos. “Em anos de safras cheias, o valor despenca. A cultura também é muito sensível às variações meteorológicas”, observa.
Com a produção maior do que a demanda, existe a necessidade de exportar parte das frutas para estados como Paraná e São Paulo. Apesar do solo e da lucratividade serem consideradas boas, a Emater não incentiva o cultivo devido aos altos riscos. “O que produzimos garante o abastecimento do nosso estado. Ao termos novos produtores, a quantidade de frutas aumenta e por consequência teremos preços menores”, explica.
No RS, a produção é estimada em 291 mil toneladas. São 1.396 produtores, sendo 26 no Vale do Taquari.
Consuma sem moderação
A fruta contribui para a reposição de sais minerais como magnésio, potássio, cálcio e também de vitamina C – que protege a pele dos danos causados pelo sol. Cada cem gramas de melancia tem apenas 33 calorias. Comer melancia ajuda a eliminar o excesso de líquidos no corpo, sendo uma ótima opção para desinchar a barriga depois de um dia de excessos de sal e temperos. Ajuda a regular a pressão, a emagrecer e fortalece os ossos.