O casal Simone e Eliseu Borghetti, dono de propriedade com 12 hectares em Boqueirão do Leão, já fez o cadastro. Segundo Borghetti, a medida garante a obtenção de crédito junto a instituições financeiras. Outra preocupação era com o encaminhamento do custeio para a lavoura de fumo. “Sem a inscrição, a indústria deixa de liberar dinheiro para financiar a compra de insumos”, explica.
De acordo com Simone, com o financiamento bancário, foi possível comprar um trator e facilitar o trabalho. “Não adianta postergar algo que é obrigatório. Estamos tranquilos e podemos dar continuidade aos investimentos na propriedade, dentro da lei e das normais ambientais”, garante.
O prazo para fazer o cadastro encerra no dia 31 de maio. Todas as informações da propriedade devem ser declaradas, umas das exigências do novo Código Florestal. O sistema é integrado e funcionará como um banco de informações ambientais de todo país, com detalhes sobre áreas de preservação permanente, reserva legal e terrenos de uso restrito. Com essa base de dados, o governo federal espera monitorar e combater o desmatamento.
Conforme o assessor do STR de Lajeado, João Batista Weber, as instituições financeiras só concederão crédito agrícola, em qualquer de suas modalidades, a quem estiver inscrito no CAR. Segundo ele, alguns proprietários de terras deixaram de fazer o cadastro por entenderem não sua importância ou por não exercerem a profissão.
“Quem deixar de fazer não terá como aderir ao Programa de Regularização Ambiental (PRA). Inibe o acesso a programas de financiamentos como o Pronaf. Também altera as áreas de preservação permanente de margens de rios”, alerta.
Nos quatro municípios onde mantém escritórios de base, a entidade atendeu em torno de mil famílias. O serviço é gratuito para os associados. “Estar em adimplência com a legislação é a única condição real para que o proprietário tenha argumentos em defesa de seus direitos”, afirma.
Até o dia 25 de dezembro, 500.283 imóveis rurais foram cadastrados no estado.