Esgoto aberto representa perigo aos moradores

Teutônia

Esgoto aberto representa perigo aos moradores

Problema sanitário expõe crianças a risco de contágio de doenças. Autoridades prometem averiguar

Esgoto aberto representa perigo aos moradores
Teutônia

Moradores da rua Mário Schaeffer, no bairro Canabarro, convivem faz mais de sete anos com fossas abertas em frente às residências. Destino de esgoto cloacal, as áreas representam riscos de contaminação aos habitantes, odor e foco de proliferação de mosquitos. Um abaixo-assinado solicitando melhorias foi entregue ao governo municipal em março de 2017.

A área está localizada no Loteamento 8, próximo ao CTG Querência Amada e do conjunto habitacional Morada do Sol. Conforme relatos, os rejeitos de centenas de residências são descartados na fossa por meio de tubulações, incluindo fezes humanas. A água cloacal é despejada em arroios sem qualquer tratamento.

Entre as preocupações, está a possibilidade de contato de crianças com o esgoto. “O principal problema é que as crianças brincam por aqui e podem se contaminar”, comenta uma moradora pedindo para não ser identificada. Ela diz ter receio em relação ao mosquito da dengue, visto que a água parada e suja pode atrair o inseto. “O cheiro é insuportável à tardinha. Não posso sentar em minha área com esse fedorão”, acrescenta.

No início do ano passado, moradores organizaram um abaixo-assinado e solicitaram a implantação de uma fossa comunitária. No entanto, não obtiveram resposta do governo municipal. “Eles vieram olhar, mas até hoje não fizeram nada”, comenta outra moradora. Ela conta que contatou também com a Vigilância Sanitária e vereadores, porém, nada foi feito para solucionar o problema.

O prestador de serviços gerais Cláudio Moura dos Santos diz que construiu uma fossa fechada em frente à sua casa, mas muitos vizinhos não têm condições de fazer o mesmo. Ele guarda o recibo de protocolo recebido após a entrega do abaixo-assinado na prefeitura. “Quando chove, não tem como utilizar os banheiros. Nós precisávamos de uma fossa comunitária para esgotar essas águas”, argumenta.

Segundo Santos, durante a campanha eleitoral, era recorrente a promessa de candidatos sobre a busca de medidas para garantir um sistema de saneamento adequado aos moradores do Loteamento 8. “Passou a eleição e estamos do mesmo jeito”, reclama.

Santos guarda protocolo ganho após relatar o problema em março de 2017

Santos guarda protocolo ganho após relatar o problema em março de 2017

“Iremos averiguar”

O coordenador da Vigilância Sanitária, Evandro Borba, diz que não tinha conhecimento do problema. “Iremos averiguar. Para mim, é um fato novo”, afirma. Segundo ele, será solicitada uma “vistoria de constatação” à equipe do governo municipal. “A vigilância atende em muitas áreas. Às vezes pode acontecer de a gente não conseguir atacar tudo”, pondera.

Conforme Borba, um “mutirão da dengue” foi feito em outubro no Loteamento 8 para a verificação de possíveis focos de proliferação do mosquito, mas a situação do esgoto não foi analisada. Ele comenta que está programado para fevereiro, ou março, um “mutirão de saúde” na localidade, com profissionais da área, para “promover a questão da prevenção em saúde”.

O secretário de Planejamento e Mobilidade, Ricardo Wagner, afirma que o Executivo estudará medidas para “mitigar o problema”. Ele destaca que um projeto de saneamento básico para todo o município está em andamento, e a área do Loteamento 8 será tratada como prioridade.

Segundo Wagner, a implantação de uma fossa comunitária conforme a solicitação dos moradores não resolveria a situação de forma permanente. “Esse é um problema antigo, ao qual estamos encaminhando agora uma solução definitiva”, assegura.

Alexandre Miorim: alexandre@jornalahora.inf.br

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