As diferentes formas de ir e curtir as praias

Rumo ao litoral

As diferentes formas de ir e curtir as praias

De carro próprio, carona ou ônibus, moradores da região não dispensam uma ida ao litoral. Alguns até arrumam jeito de conciliar o descanso com o trabalho

As diferentes formas de ir e curtir as praias

Passadas as festas de fim de ano, as praias continuam sendo o destino preferido dos gaúchos. A maioria aproveita as férias e as folgas aos fins de semana para pegar a estrada e descansar, sentar sob o sol e sentir a brisa do mar. Outros se valem do período para ganhar uma renda extra e deixar mais leve o restante do ano.

Mas, sem dúvida, todos rumam aos mesmos destinos. Conforme projeção da Fundação de Economia e Estatística (FEE), a população dos oito municípios e balneários do Litoral Norte mais que dobrará nesta temporada. Passará dos 221 mil habitantes para 517 mil – 133,6% a mais. Morador de Lajeado, Henrique Fröhlich, 35, soma-se a esse montante. Está em Xangri-lá desde o dia 29 de dezembro, aproveitando os dias de folga do trabalho. O advogado tem uma residência no local faz nove anos e desde então destina os fins e inícios de ano para veranear. No dia 3, ganhou a companhia da irmã e sua família e na quinta-feira também buscou a filha Ana Clara, 4, para alegrar a casa. Deve permanecer no local até a próxima semana.

 

Para ele, o melhor do litoral norte do RS está no ambiente local. Apesar de sair de Lajeado, sente-se em casa. Conheça a vizinhança, tem amigos e gosta do clima. “Não temos o melhor mar, mas hoje o litoral norte oferece boas opções de restaurantes e diversão. O que para mim é muito bom.” A distância também é uma vantagem considerada. Fröhlich aproveita a proximidade para continuar indo à cidade litorânea nos fins de semana até o fim de fevereiro. Ele calcula gastar cerca de R$ 200 para ir e voltar, somando combustível e pedágios.

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Carona para diminuir custos

A viagem de carro é preferida da maioria. Só nessa sexta-feira, cerca de 55 mil veículos passariam pela Freeway em direção às praias. Chanaele Wurlitzer, 26, estava em um deles. A estudante de Arquitetura conseguiu carona com amigos para ir a Imbé, onde já estava na virada de ano. “Eu precisei voltar para Lajeado para trabalhar. Agora vou retornar ao litoral para aproveitar o fim de semana”, afirma. O modo compartilhado de viajar ajuda a reduzir os custos e também propicia maior flexibilidade nos horários de partida e chegada.

Wallace Souza, 23, repórter, também percebe esses benefícios. Em fevereiro, ele usufruirá dessa modalidade de viagem para ir a Santos (SP). Por meio de uma amiga, conheceu um aplicativo que conecta pessoas interessadas em ir para o mesmo destino. No dia 4, ele sai em direção a Porto Alegre, de onde pega uma carona até Curitiba (PR). De lá vai até a capital de São Paulo e depois a Guarujá. “Vamos usar o aplicativo na viagem inteira. É seguro. Tem avaliações e comentários sobre quem já usou. Se faz uma filtragem para excluir alguns motoristas.”

Além desses benefícios, ele considera que a carona possa agregar nas relações humanas. Será uma oportunidade para conhecer novas pessoas.

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Ônibus é opção

Mesmo sem tanto contato, por vezes com mais custo, as viagens de ônibus ainda são opção. A funcionária do setor administrativo da rodoviária de Lajeado, Gabriela Noll Marchese, afirma, inclusive, que o número de passageiros para o litoral de Santa Catarina dobrou nos últimos meses.

Ônibus extras estão sendo colocados. Na sexta-feira, no fim da tarde, 20 pessoas embarcaram para o estado vizinho, enquanto pela manhã 15 passagens foram vendidas. Já para as praias gaúchas o movimento está equilibrado em relação ao ano passado, quando as vendas não foram das melhores e a linha interpraias deixou de ser diária.

Ana Clara passou uns  dias na praia com o  pai Henrique Fröhlich

Ana Clara passou uns
dias na praia com o
pai Henrique Fröhlich

Apenas nas festas de fim de ano houve alta na busca. Para Gabriela, a segurança das viagens de ônibus é o que faz as pessoas continuarem optando pelo serviço. “Muitos chegam de malas prontas aqui, querendo viajar. Com esse movimento, pedimos às pessoas que comprem com antecedência, e se programem sobretudo nas sextas-feiras.”

Veranear e trabalhar

Para Fernando Parisotto, o verão não é apenas sinônimo de descanso e férias. Desde 2016, o período em que está no litoral catarinense serve também para angariar renda extra. Ele usa uma caminhonete própria para fazer pequenos fretes. A divulgação do trabalho e os agendamentos ocorrem via internet. Por vezes, concilia na mesma viagem mais de uma coleta e entrega. No futuro, pretende comprar um veículo maior, para fazer mais viagens. “Hoje consigo me manter sem uma sede em Florianópolis. Só preciso de um telefone e da minha camionete para trabalhar.”

Carolina Chaves da Silva: carolina@jornalahora.inf.br

 

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