O primeiro deles é não ter tido coragem de viver como queria em virtude dos outros
A médica geriatra, Ana Cláudia Quintana Arantes, é especializada em ajudar pacientes terminais a “aprender” a morrer. Em entrevista ao portal cultural Raízes, ela fala do desafio de se lidar com algo tão natural, porém, perturbador: a própria morte.
E ela cita os cinco maiores arrependimentos das pessoas antes de morrer. Confirma os motivos também elencados no livro Antes de Partir: uma vida transformada pelo convívio com pessoas diante da morte, da enfermeira australiana Brownie Ware.
Entre os mais comuns arrependimentos, está o de não demonstrar afeto. “Passamos a vida construindo muros ao redor do coração da gente para não perceber o que sentimos”, diz Ana. Pessoas sem coragem de expressar o que sentem, muitas vezes, “guardam” e perdem o poder da transformação que tem o afeto expressado, para si e aos outros. Aliás, não ser grato consigo mesmo é tão ou mais angustiante quanto não demonstrar amor e afeto ao próximo.
No último Workshop Negócios em Pauta, o empresário Claudir Dullius falou exatamente desse assunto. “A gente precisa primeiro se conhecer e ser feliz para então poder ir ao encontro do outro.”
No filme, Antes de Partir, protagonizado por Morgan Freeman e Jack Nicholson, os dois amigos decidem realizar uma lista de desejos de ambos. Um está diretamente ligado ao perdão e ao sentimento do afeto. É quando o empresário rico decide deixar o orgulho de lado, procurar a filha afastada e conhecer a única neta.
O trabalho em excesso, a falta de tempo com os amigos, não ter vivido a vida como gostaria e não ter se permitido ser mais feliz completam a lista dos cinco arrependimentos, segundo a geriatra.
A pedido do Hospital Albert Einstein, a especialista em cuidados paliativos analisou a publicação e fala sobre cada um dos arrependimentos levantados no livro da enfermeira australiana.
Antes de Partir
Conta a história de Edward Cole (Jack Nicholson) e Carter Cahmbers (Morgan Freeman), dois amigos que se conheceram numa situação incomum: dentro do hospital. Edward é um ricaço do ramo de saúde e dono do hospital onde está internado com Carter, um humilde mecânico. Ambos foram diagnosticados com câncer.
No começo, a relação é azeda, mas aos poucos viram grandes amigos. Com poucos meses de vida, Carter escreve a lista dos desejos que gostaria de realizar antes de morrer. O ricaço propõe que eles os realizem, juntos, o que faz ambos viajarem pelo mundo para aproveitar os últimos meses de vida.
Um comédia dramática que vale a pena ser assistida e tem muito a ver com a coluna desta edição.
1. Eu gostaria de ter tido a coragem de viver a vida que eu queria, não a vida que os outros esperavam que eu vivesse.
“Esse foi o arrependimento mais comum. Quando as pessoas percebem que a vida delas está quase no fim e olham para trás, é fácil ver quantos sonhos não foram realizados. A maioria das pessoas não realizou nem metade dos seus sonhos, e muita gente tem de morrer sabendo que isso aconteceu por causa de decisões que tomou, ou não tomou. A saúde traz uma liberdade que poucos conseguem perceber, até que eles não a têm mais.”
2. Eu gostaria de não ter trabalhado tanto.
“Eu ouvi isso de todos os pacientes homens com quem trabalhei. Eles sentiam falta de ter aproveitado mais a juventude dos filhos e a companhia de suas parceiras. As mulheres também falaram desse arrependimento, mas como a maioria era de uma geração mais antiga muitas não tiveram uma carreira. Todos os homens com quem eu conversei se arrependeram de passar tanto tempo de suas vidas no ambiente de trabalho.”
3. Eu queria ter tido a coragem de expressar meus sentimentos.
“Muitas pessoas suprimiram seus sentimentos para ficar em paz com os outros. Como resultado, acomodaram-se em uma existência medíocre e nunca se tornaram quem realmente eram capazes de ser. Muitas desenvolveram doenças relacionadas à amargura e ao ressentimento que carregavam.”
4. Eu gostaria de ter ficado em contato com os meus amigos.
“Frequentemente, os pacientes não percebiam as vantagens de ter velhos amigos até chegarem em suas últimas semanas de vida, e nem sempre era possível rastrear essas pessoas. Muitos ficaram tão envolvidos em suas próprias vidas que deixaram amizades de ouro se perderem ao longo dos anos e tiveram muitos arrependimentos profundos por não ter dedicado tempo e esforço às amizades. Todo mundo sente falta dos amigos quando está morrendo.”
5. Eu gostaria de ter me permitido ser mais feliz.
“Esse é um arrependimento surpreendentemente comum. Muitos só percebem isso no fim da vida – que a felicidade é uma escolha. As pessoas ficam presas em antigos hábitos e padrões. O famoso ‘conforto’ das coisas familiares e o medo da mudança fizeram com que eles fingissem para os outros e para si mesmos que estavam contentes quando, no fundo, ansiavam por rir de verdade e aproveitar as coisas bobas em suas vidas de novo.”
Neste Ano-Novo, antes que seja tarde, descubra o que realmente faz diferença em sua vida. Faça!
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