Realizada pelo 48º ano consecutivo, a Operação Golfinho reduz o efetivo da Brigada Militar e do Corpo de Bombeiros na região. Ao todo, 33 policiais reforçam o policiamento ostensivo das cidades do litoral ou atuam como guarda-vidas em praias de águas doce e salgada do RS.
De acordo com o comandante do CRPO do Vale do Taquari, Coronel Gleider Cavalli Oliveira, o envio dos policiais representa prejuízos pela redução do já escasso número de agentes disponíveis nos 38 municípios da região. Porém, ressalta que os índices criminais do Vale historicamente ficam reduzidos nessa época do ano.
“O número de ocorrências cai em especial nos meses de janeiro e fevereiro, quando ocorre uma migração das pessoas para o litoral e, por consequência, aumentam os índices naquela região”, afirma. Segundo ele, uma avaliação do impacto só poderá ser realizada a partir da primeira quinzena de janeiro.
A redução do efetivo da BM impede, por exemplo, a realização da operação Férias Tranquilas, que possibilitava que as famílias que iriam viajar indicassem o endereço para as rondas. “Vários dos municípios da região não possuem policiamento nas 24 horas do dia, o que impede a realização da atividade.”
Mesmo assim, ao fim da operação Papai Noel o efetivo disponível concentrará a atuação em áreas residenciais. “O foco será a vigilância das casas e dos estabelecimentos comerciais em férias coletivas.”
Conforme o comandante, a partir do segundo semestre de 2018 o efetivo da região deve receber o reforço de cerca de cem servidores, provenientes do concurso público em andamento no Estado. Para Cavalli, a ampliação no quadro permitirá o policiamento 24h em todos os municípios e o aumento do número de policiais nas ruas nas cidades maiores, favorecendo a prevenção e a repressão dos crimes.
Comando assegura normalidade
Comandante do CB de Lajeado, o Tenente Valdinei Rosa afirma que todos os bombeiros aptos a participar da Operação Golfinho foram deslocados para o litoral ou áreas públicas com balneários de água doce.
Segundo ele, como a operação faz parte da programação anual do batalhão, a escala de agentes se mantém normal por meio de horas extras ou do apoio de bombeiros de outras unidades. Conforme Rosa, o ingresso na Operação Verão ocorre por meio de edital, e inclui três etapas de testes.
A primeira fase ocorre entre julho e agosto, quando ocorrem os primeiros testes de natação em piscina. Em novembro, os pré-selecionados participam de outros dois testes, em água doce e no mar. “São provas que avaliam técnica, resistência e adaptação ao ambiente.”
Para o comandante, que participou da Operação Golfinho por 16 anos, a atividade de guarda-vidas ajuda o bombeiro a enfrentar os desafios diários da profissão. Segundo ele, todos deveriam passar pela experiência de resgatar pessoas em situação de afogamento, além de participar da preparação física, técnica e psicológica para o trabalho.
“Quando estamos na guarida, temos a responsabilidade de cuidar da segurança de centenas, as vezes milhares de pessoas”, reforça. Conforme Rosa, o mar do litoral gaúcho apresenta perigos como valas e buracos, por isso a importância de prevenir acidentes, evitando água acima da cintura e respeitando as sinalizações.
Thiago Maurique: thiagomaurique@jornalahora.inf.br