Especialista sugere customizar as abordagens e ensinamentos por meio da flexibilidade, empatia e curiosidade
O encerramento do primeiro ciclo do projeto Negócios em Pauta, nessa quarta-feira, 20, atraiu 130 empresários. O sabatinado foi o médico e especialista em Programação Neurolingüística, Nelson Spritzer.
Raquel Winter, Liciane Diehl, Claudir Dullius e o público provocaram o convidado sobre os diferentes modelos mentais de gerações e perfis da atualidade.
Ficou evidente como as crenças interferem e podem auxiliar ou atrapalhar nas relações pessoais e corporativas. Os pontos de vista e a tomada de decisão são reflexo do modelo mental adquirido ao longo da vida.
Spritzer alertou para a rigidez de pensamento e para a postura imediatista. Criticou o excesso de valor atribuído às redes sociais, onde “a fofoca e a vida alheia” são o conteúdo fútil mais procurado pela maioria. “Você é a média das cinco pessoas mais próximas com as quais convive”, disse. Logo, sugere prestar atenção nos relacionamentos, se esses agregam algo ou não a sua vida.
Para um modelo mental vencedor, é necessário modelar alguém com esse perfil. “E não adianta querer resolver com livros ou palestras de autoajuda”. Sustenta que enfrentar a realidade e se propor a quebrar paradigas exige “queimar pontes”. E para estabelecer um novo paradigma é necessário eliminar o anterior.
A dúvida e o paradoxo maior dos empresários se apresentaram no conflito de gerações. O palestrante respondeu que o desafio dos gestores e líderes está na capacidade de ouvir, customizar e flexibilizar perante a quantidade de ideias da geração mais nova. “A curiosidade e a rapidez move esta galera. Você precisa compreender o desejo de que eles querem ser notáveis e grandes rápido.” Está nessa “permissão” o sucesso de extrair o melhor de um millennials, na opinião de Spritzer.
Embora reconheça que na prática as coisas demoram a se consolidar, Spritzer recomenda não contrariar de primeira. “Cada um é livre para errar e aprender com isso.” Defende que a motivação dessa geração está na possibilidade da experimentação. Nesse caso, sugere melhor não se chocar, e deixar que as circunstâncias ensinem os percalços.
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Fator importante a considerar na era tecnológica é o “efeito manada”. O empresário Claudir Dullius deu um testemunho pontual sobre seu modelo de organização mental e atitudes diante dos desafios atuais. “Visitar o eu interior e não dar tanta importância para o que a maioria diz ou faz é uma forma de se fortalecer e organizar”, opinou.
Na opinião de Spritzer, compreender “quem sou e o que me faz bem” é o caminho mais assertivo e saudável para enfrentar as transformações e inquietudes da era digital.
A propósito do tema, o jornal A Hora lançou a campanha Quem lê, sabe. O mote direciona para a reflexão e novas percepções sobre os relacionamentos. “Tão perto e tão longe”, ao mesmo tempo. Nestes dias de ansiedade e relações virtuais, A HORA quer relações duradouras e comprometidas.
Não basta saber onde e quando. O conhecimento está em entender como e por quê. Vivemos em um tempo pleno de informações e desinformações, assombroso pela ampla escolha e rápida divulgação. Mas está na qualidade do conteúdo o verdadeiro valor que faz pensar, estimula a crítica e possibilita a compreensão dos acontecimentos que mudam as pessoas e o mundo.
Neste Natal, quem sabe vamos deixar o efeito manada de lado e dar mais valor a quem está ao nosso lado, de corpo e alma.
Um abraço fraterno a todos!
Nas mãos de israelitas
A Bremil de Arroio do Meio vendeu o controle acionário do grupo comandado pela família de Omero e Alaedete Miguel. A negociação envolveu 51% do grupo, pela quantia de 31 milhões de dólares.
Apesar de desfazer-se de mais da metade das ações, Omero segue como administrador do grupo, agora também pertencente à multinacional de Israel, Frutarom.
Nas mãos de americanos
Quem também vendeu foi o empresário Jorge Faccioni. Fundada no ano 2000, numa garagem em Lajeado, a UseFashion produz conteúdo na área de inteligência e previsão de tendências para indústria da moda. Foi uma das primeiras a cobrar pela assinatura de conteúdo na internet.
Nos últimos dias, findou a negociação de quase um ano e Faccioni vendeu 100% da operação para a americana Ascential, que também é dona da maior empresa do segmento, a WGSN, e de outras 18 marcas em diversas áreas. Opera em 150 países, tem matriz em NYC e está listada na Bolsa de Londres.
A UseFashion é a líder brasileira no segmento e está localizada no Parque Tecnológico da Unisinos (Tecnosinos), onde permanecerá. A filha de Faccioni segue no negócio.