O ato de interrupção do trânsito na BR-386 para cobrar mais segurança em Fazenda Vilanova é mais um episódio do impacto da crise gerencial do RS sobre os serviços básicos. Municípios de pequeno porte viram alvo de criminosos devido ao pouco efetivo do policiamento.
A urbanização trouxe desenvolvimento e também problemas. A criminalidade passou a fazer parte da rotina das pessoas. Em meio a esse processo, os governos não acompanharam esse fenômeno. Devido à falta de planejamento, o RS tem hoje menos policiais na ativa do que tinha na década de 1980.
Como resultado, a lógica do cobertor curto. Às vezes, há uma viatura para as rondas em duas ou três cidades. Um ou dois policiais militares têm de se revezar no atendimento no quartel e nas patrulhas.
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A segurança pública é hoje a principal preocupação do povo gaúcho. O aumento dos crimes, aliado à sensação de impunidade, faz com que a população procure os culpados. Grupos elogiam os policiais por prenderem os suspeitos e criticam a Justiça por soltar. Defendem a liberação das armas para os cidadãos e acreditam que a pena de morte poderia resolver essa insegurança.
Como se a solução de problemas tão complexos fosse possível com um estalar de dedos. Basta uma ou duas decisões políticas e toda a estrutura do crime iria abaixo.
A reestruturação é profunda, passa pela presença do Estado nas áreas mais vulneráveis onde o crime convoca a mão de obra; o uso da inteligência e da tecnologia para aproximar BM e PC; e uma profunda reforma no sistema penitenciário. Nesse tripé, há projetos ramificados. Cada setor precisa de uma série de medidas.
Com o Estado paralisado devido à crise financeira, a sociedade vê com apreensão a abertura de concursos públicos para as polícias. As pessoas perguntam: se não há como pagar os servidores que estão na ativa, como o Estado vai contratar? O RS chegou ao limite. Como já dito neste espaço, a segurança pública não está em uma condição pior devido à atuação da sociedade civil organizada. Desde dinheiro para gasolina, para reforma de viaturas até construção de sede às corporações foram feitas por meio dessas ações.
